Jorge José da Rocha Guaranho não era apenas um policial penal federal do Serviço Penitenciário Nacional (DEPEN), que se dizia “cristão” e “conservador”. Um breve passeio por seus perfis no Facebook e no Twitter revelam um sujeito absolutamente radicalizado e que vivia exalando discurso de ódio nas redes, um genuíno seguidor fanático e incendiário do presidente Jair Bolsonaro. Não foi à toa que ele resolveu descer do carro na porta de uma festa de desconhecidos, petistas, que comemoravam os 50 anos de um guarda municipal, e sair dando tiros no aniversariante que havia decorado seu festejo com fotos e uma toalha do ex-presidente Lula. A vítima também estava armada, por conta de sua profissão, reagiu e matou Guaranho depois de baleado.
O agente penitenciário da União mantinha redes sociais repletas de absurdos e de posições extremistas. Nelas é possível encontrar inúmeras fotos fazendo referência a Jair Bolsonaro, além da clássica descrição como “cristão”, “conservador”, “pró-armas”, “antiaborto” e toda sorte de loucuras da extrema-direita. Ele era isso tudo, mas optou, dentro de sua lógica enviesada e demagógica, em disparar balas contra pessoas que nunca tinha visto na vida só porque elas votam em Lula.
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Entre os impropérios há também menções “emocionadas” e “orgulhosas” ao ex-presidente dos EUA Donald Trump, um ícone da insanidade ultrarreacionária mundial. Guaranho, como era de se esperar, igualmente mantinha postagens contra o isolamento social como prevenção à Covid-19, ideias anticiência e negacionistas, compartilhamentos que afrontavam direitos dos homossexuais e dos negros e toda gama de posições ideológicas alinhada às maluquices irresponsáveis propagadas por Jair Bolsonaro e seus correligionários.
Há ainda compartilhamentos de publicações de uma lista infinita de figuras bolsonaristas ultrarradicais e proeminentes, como os filhos do presidente, ministros e ex-ministros, parlamentares de extrema-direita, “jornalistas” da bolha de lunáticos, “artistas conservadores” e outras celebridades do universo paralelo da seita comandada pelo ex-militar indisciplinado, bronco e desagregador que “comanda” o país.
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