O presidente do STF, Luiz Fux, acatou solicitação da ministra Cármen Lúcia e agendou para terça-feira (7) uma sessão extraordinária do plenário virtual da Corte para analisar a decisão de Kassio Nunes Marques que suspendeu a cassação do deputado bolsonarista Fernando Francischini (União Brasil-PR), determinada pelo TSE. A decisão do ministro bolsonarista deverá ser derrubada pelo plenário.
Kassio Nunes Marques suspendeu na quinta (2) a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que cassou o parlamentar por 6 votos a 1 em outubro passado. Francischini é delegado de polícia e de extrema direita. Ele perdeu mandato devido à publicação de vídeo, no dia das eleições de 2018, no qual afirmou que as urnas eletrônicas haviam sido fraudadas para impedir a votação em Bolsonaro. Foi a primeira cassação envolvendo compartilhamento e propagação de fake news e ataques ao sistema eleitoral brasileiro. A decisão o deixou inelegível por oito anos.
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A ministra solicitou a sessão extraordinária sob o argumento de que há urgência: "Considerando a necessidade urgente de análise e decisão do Plenário deste Supremo Tribunal Federal sobre a matéria questionada na presente ação, pelo menos em sede liminar, para se decidir sobre o cabimento e o pleito de medida de suspensão de efeitos de ato judicial de integrante desta Casa, solicito ao ministro Luiz Fux, presidente, que seja convocada sessão extraordinária do Plenário Virtual para o dia 7 de junho de 2022, de 0:00 às 23:59 para deliberação".
Na onda de extrema direita que tomou o país em 2018, Francischini elegeu-se pelo PSL com a maior votação da história do Paraná para deputado estadual com 427.749 votos. Antes, havia sido deputado federal, eleito em 2010, e secretário de Segurança do Paraná, entre 2014 e 2015, no governo Beto Richa (PSDB). Sob seu comando aconteceu o conhecido mundialmente “massacre dos professores do Paraná”, em 29 de abril de 2015.
Naquele dia, milhares de professores(as) e funcionários(as) de escola, que participavam de uma manifestação contra a retirada de direitos, e centenas ficaram feridos após serem alvejados pela polícia com bombas de gás e balas de borrachas e todo tipo de agressões, ordenadas por Beto Richa e Francischini.
Relembre cenas do massacre do Paraná: