Após afirmar, em conversa privada de WhatsApp, que manteve contatos com Jair Bolsonaro (PL) que poderiam incriminar o chefe do Executivo, o ex-comandante da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que o presidente, por meio de mensagens, pedia para indicar diretores da empresa.
“O presidente pedia nas mensagens, lá no início de 2021, para baixar o preço dos combustíveis e para ele indicar diretores da Petrobras”, revelou Castello Branco, ao blog de Ana Flor, no G1.
“Se eu tivesse prevaricado, se eu tivesse feito o que ele (Bolsonaro) queria, eu estaria lá (na presidência da Petrobras) até hoje. Se eu tivesse feito o que o presidente queria, aí sim, quem estaria cometendo crime seria eu”, acrescentou o economista.
Castello Branco destacou, ainda, que se as mensagens forem recuperadas, todos vão perceber que ele não atendeu aos pedidos de Bolsonaro.
“Tinha áudios que incriminavam Bolsonaro”, afirmou Castello Branco
O ex-presidente da Petrobras, disse em uma conversa de WhatsApp privada, no domingo (26), que manteve contatos com Bolsonaro que poderiam incriminar o chefe do Executivo. Castello Branco, no entanto, não deu detalhes sobre isso.
“No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo [Bolsonaro]. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”, afirmou Castello Branco em discussão com o economista Rubem Novaes, que o sucedeu no comando da estatal.
Novaes acusava Castello Branco de atacar o governo. “Se eu quisesse atacar o Bolsonaro não foi e não é por falta de oportunidade (sic). Toda vez que ele produz uma crise, com perdas de bilhões de dólares para seus acionistas, sou insistentemente convidado pela mídia para dar minha opinião. Não aceito 90% deles [dos convites] e quando falo procuro evitar ataques”, retrucou Castello Branco.
O ex-presidente da Petrobras ainda classificou Bolsonaro como "psicopata": “Já ouvi de seu presidente psicopata que nos vagões dos trens da Vale, dentro da carga de minério de ferro vendido para os chineses, ia um monte de ouro”.