INVESTIGAÇÃO

Senadores cobram ministro sobre mensagens de Castello Branco que “incriminam Bolsonaro”

Declaração do ex-presidente da Petrobras ocorreu durante conversa privada de WhatsApp com economistas

O ex-presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.Créditos: Fernando Frazão/Agência Brasil
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Um grupo de senadores ingressou, nesta segunda-feira (27), com requerimento de informação endereçado ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Eles cobram explicações do ministro das Minas e Energia, Adolfo Sachsida, sobre declarações do ex-presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.

O economista disse, em uma conversa de WhatsApp privada neste domingo (26), que manteve contatos com Jair Bolsonaro (PL) que poderiam incriminar o chefe do Executivo. Castello Branco, no entanto, não deu detalhes sobre isso.

O requerimento, assinado pelos senadores Jean Paul Prates (PT-RN), Jaques Wagner (PT-BA) e senadora Zenaide Maia (PROS-RN), pede que sejam “prestadas, pelo senhor ministro das Minas e Energia, Adolfo Sachsida, informações sobre registros de mensagens trocadas em celulares corporativos e registros audiovisuais de reuniões do Conselho Administrativo da Petrobras”.

O documento foi apresentado no plenário do Senado e precisa ser apreciado pela mesa diretora da Casa e por Pacheco.

Durante conversa, com o economista Rubem Novaes, que o sucedeu na presidência da Petrobras, Castello Branco disse: “No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo [Bolsonaro]. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”.

Novaes acusava Castello Branco de atacar o governo

“Se eu quisesse atacar o Bolsonaro não foi e não é por falta de oportunidade (sic). Toda vez que ele produz uma crise, com perdas de bilhões de dólares para seus acionistas, sou insistentemente convidado pela mídia para dar minha opinião. Não aceito 90% deles [dos convites] e quando falo procuro evitar ataques”, retrucou Castello Branco.

O ex-presidente da Petrobras ainda classificou Bolsonaro como “psicopata”: “Já ouvi de seu presidente psicopata que nos vagões dos trens da Vale, dentro da carga de minério de ferro vendido para os chineses, ia um monte de ouro”.