Renato Borelli, juiz da 15ª Vara Federal em Brasília, autorizou a quebra dos sigilos bancários de várias pessoas envolvidas no escândalo de corrupção no Ministério da Educação (MEC). São eles: o antigo titular da pasta, Milton Ribeiro; sua esposa, Myrian Pinheiro Ribeiro; além da filha e o genro do pastor Arilton Moura.
Empresas ligadas aos pastores Gilmar Santos e Arilton e o ex-assessor do MEC, Luciano Musse, também tiveram os sigilos quebrados.
A decisão do juiz teve como uma das justificativas a venda de um carro por Ribeiro para o pastor Arilton. A transação foi identificada pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Conforme relatório da CGU, a venda ocorreu depois do surgimento de denúncias de irregularidades no MEC, de acordo com reportagem de Fabio Serapião e Paulo Saldaña, na Folha de S.Paulo.
“Em desfavor da argumentação do Sr. Milton Ribeiro, que tentou demonstrar que adotou postura de distanciamento do pastor, pesa também o fato de ter realizado a venda de um automóvel ao senhor Arilton após as denúncias”, aponta um dos trechos do relatório.
A Polícia Federal (PF) investiga um esquema de tráfico de influência e corrupção no MEC. Agentes prenderam, nesta quarta (22), Musse, os dois pastores, Ribeiro e Helder Bartolomeu, ex-assessor na prefeitura de Goiânia e genro de Arilton.
Porém, todos foram soltos, nesta quinta (23), após o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, atender a um pedido de habeas corpus da defesa do pastor e cassar a prisão preventiva que havia sido expedida na quarta (22) pelo juiz Renato Borelli.
Advogado de Ribeiro confirma depósito de R$ 50 mil na conta da esposa do ex-ministro
O advogado de Ribeiro, Daniel Bialski, o mesmo da primeira-dama Michelle Bolsonaro, confirmou que o ex-ministro recebeu R$ 50 mil, na conta da esposa, pela venda do carro.
O Ministério Público Federal (MPF) informou, ainda, que Luciano Musse recebeu R$ 20 mil a pedido do pastor Arilton para intermediar um encontro de Ribeiro com prefeitos.