A primeira-dama Michelle Bolsonar, cética das denúncias divulgadas pela imprensa contra o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse em 28 de março, quando o ex-titular do MEC foi exonerado a pedido, que Deus mostraria que ele seria uma "pessoa honesta".
Se a Polícia Federal (PF) lhe trouxe uma resposta divina ou não, talvez só a esposa do presidente Jair Bolsonaro (PL) possa responder, mas o fato é que Ribeiro foi preso em operação da Polícia Federal (PF) suspeito de operar um balcão de negócios no Ministério da Educação e na liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
“Eu posso dizer que amo a vida dele, tá?!”, dizia Michelle Bolsonaro em março.
A declaração da primeira-dama foi dada quatro dias depois de o presidente dizer que colocaria "a cara no fogo" pelo então ministro. "Milton, coisa rara de falar aqui: eu boto a minha cara no fogo pelo Milton, minha cara toda no fogo pelo Milton, estão fazendo uma covardia com ele!", declarou Bolsonaro.
As denúncias que levaram o pastor à prisão são praticamente as mesmas das apresentadas pela imprensa em março.
Prisão de Milton Ribeiro
A prisão do ex-ministro é preventiva, ou seja, não tem prazo para ser revogada. Ribeiro, no entanto, tem audiência de custódia prevista para quinta-feira (23), em Brasília. A defesa pediu que ela fosse realizada no litoral de São Paulo, onde o pastor vive. Os advogados alegam que a medida é injusta e desnecessária.
A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de Ribeiro e dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e apontados como lobistas que atuavam no MEC.
A operação chamada Acesso Pago investiga a prática de "tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos" do FNDE.
Assista ao momento da prisão de Milton Ribeiro em sua casa em Santos.