CARESTIA

VÍDEO: Quem é a vereadora que viralizou com ação ao comparar preços com época de Lula

Em sua trajetória na Câmara de Porto Alegre, Laura Sito já foi ameaçada, alvo de mensagens de ódio e propôs mudar um trecho do hino do estado, considerado racista

Laura Sito, vereadora de Porto Alegre que viralizou nas redes.Créditos: Divulgação/PT
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Laura Sito (PT-RS), vereadora de Porto Alegre (RS), viralizou nas redes sociais. Ela publicou um vídeo, no qual aparece em um supermercado alertando sobre os altos preços dos produtos da cesta básica no governo de Jair Bolsonaro (PL).

Laura, que é pré-candidata a deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, enrolada na tradicional toalha do Lula (PT), cola etiquetas para mostrar quais eram os preços de vários produtos entre os anos de 2003 e 2010, quando Lula era o presidente.

Ela também cola mensagens denunciando: “Tá caro? É culpa do Bolsonaro!”.

O petista gostou da ação e, inclusive, republicou o vídeo em seu perfil no Instagram, nesta terça-feira (14), e já conta com mais de 500 mil curtidas.

Laura integra Bancada Negra, que foi alvo de ameaças e ofensas

Em 20221, integrantes da chamada Bancada Negra da Câmara Municipal de Porto Alegre, à qual Laura faz parte, foram ameaçados de morte, nesta segunda-feira (6). A mensagem de ódio, racista, homofóbica e lesbofóbica foi encaminhada, via e-mail institucional, para quatro vereadoras e um vereador.

O autor dos ataques e da ameaça, além das ofensas contra os parlamentares, menciona armas e descreve a maneira pela qual cumpriria a ameaça. O criminoso afirma, ainda, que mora no Rio de Janeiro e que viajaria para Porto Alegre com uma “passagem só de ida”.

A Bancada Negra da Câmara de Porto Alegre é composta, além de Laura, pelas vereadoras Daiana Santos (PCdoB), Karen Santos (PSOL), Bruna Rodrigues (PCdoB) e pelo vereador Matheus Gomes (PSOL).

Os integrantes da bancada registraram boletim de ocorrência (BO), na Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos da Polícia Civil de Porto Alegre.

Nós não vamos silenciar frente ao crescente ódio e intolerância que tomam conta do Brasil e que tentam cercear a participação democrática dos vereadores negros, negras, LGBTs pelo país. Essa ameaça de morte diz que irão até a Câmara para dar cabo das nossas vidas. É preciso que as instituições responsabilizem, identifiquem essas pessoas e punam para que esses crimes não ocorram. Nós não queremos mártires, nós queremos estar vivos para lutar em defesa do Brasil e de uma sociedade com justiça e igualdade”, declarou Laura, à época.

Vereadora já tentou alterar trecho do hino do estado, considerado racista

Em 2017, Laura, que era então suplente, propôs que a Câmara de Porto Alegre indicasse à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul a possibilidade de mudar um trecho do hino do estado, considerado racista.

A sugestão era modificar a frase “Povo que não tem virtude acaba por ser escravo”, criticada pelos movimentos sociais negros. Na nova letra proposta por Laura, o trecho seria substituído por verso inspirado na poesia de Oliveira Silveira “Povo que não tem virtude acaba por escravizar”.

Laura justificava o pedido dizendo que o hino gaúcho relacionava “uma ideia errônea sobre o processo que torna um humano escravo”. Ainda escreveu que considerava “fundamental fazermos releituras de elementos tradicionais que possam manter um ideário discriminatório”.

A indicação foi relatada pela vereadora Comandante Nádia, na época no MDB. Ex-oficial da Brigada Militar, a Polícia Militar daquele estado, a parlamentar deu parecer contrário à indicação.