O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em seu discurso no lançamento da chapa com o ex-governador Geraldo Alckmin neste sábado (7) que “nunca foi tão fácil escolher” em uma eleição. Ele fez um apelo pela união nacional: “É uma conclamação a todas as pessoas, de todas as gerações, todas as classes, todas as religiões, todas as raças, todas as regiões do país, para que recuperemos a democracia e a soberania” . Lula acrescentou: ”Nós faremos a maior revolução pacífica da história”.
O tema da união nacional perpassou o longo discurso que Lula leu, de mais de 40 minutos. “Precisamos assumir o compromisso de voltar a governar este país. O momento grave nos obriga a unir nossas forças. (...) Nunca me esqueço das palavras de Paulo Freire. Ele dizia: ‘é preciso unir os divergentes para poder combater os antagônicos’. É preciso unir os democratas de todos os matizes e origens, de todas as classes sociais para enfrentar e vencer a ameaça totalitária. Queremos a volta da concórdia e da paz neste país e este é o sentido de nossa unidade. Precisamos dela para reconstruir o Brasil, o que será mais difícil que vencer as eleições”.
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O próprio nome “Vamos Juntos pelo Brasil” sob o qual serão reunidos os apoiadores da chapa está impregnado por esse espírito.
Lula não poupou elogios a seu companheiro de chapa e tocou, assim como Alckmin havia feito em seu discurso um pouco antes, num tema sensível, especialmente aos petistas: lealdade. O trauma da traição de Michel Temer, que articulou o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff (que estava no ato) está presente no PT e em toda a esquerda e centro-esquerda.
“Terei em Alckmin um parceiro leal. Sei que a lealdade jamais faltará a mim e menos ainda ao Brasil” disse Lula. Antes, Alckmin havia dito: “Serei um parceiro leal”.
Da mesma maneira que Alckmin havia feito uma brincadeira com o prato “Lula com Chuchu”, ao dizer em seu discurso que “o prato ‘Lula com Chuchu’ será um hit da culinária brasileira”, o ex-presidente brincou também. “O prato Lula com Chuchu tem muita energia e vocês podem começar a consumir hoje”.
Lula alertou que “o Brasil voltou a um passado sombrio” e que para superar isso, será necessário espírito generoso: “A tarefa de restaurar a democracia exige dedicação em tempo integral de todos nós. Não teremos tempo para odiar. Não faremos como nosso adversário. O Brasil precisa de paz.”
Lula encerrou o discurso anunciando que passará a andar por todo o país e buscou animar a militância: “É proibido ter medo de provocações. Vamos vencer distribuindo amor, paz, sorrisos”.
Antes, falou amplamente sobre a economia, a educação, a cultura e os temas sociais. Ele dedicou largas passagens dirigindo-se às pessoas negras, atacando o “racismo estrutural”, aos povos indígenas, às mulheres, às pessoas LGBTQI+.
O lançamento do movimento Vamos Juntos pelo Brasil reuniu sete partidos políticos (PT, PSOL, Pc do B, PV, PSB, Rede e Solidariedade). Mais de 4 mil pessoas foram ao encontro no Expo Center Norte em São Paulo. Foram reservados mil lugares no auditório para líderes dos movimentos sociais.
O evento reuniu lideranças de todos os partidos que compõem federação ou coligação com o PT, como Guilherme Boulos, Randolfe Rodrigues, além da cúpula da campanha os principais líderes do PT, como a presidenta nacional do partido, Gleisi Hoffmann, a ex-presidente Dilma Rousseff, o presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, e dezenas de parlamentares.
Assista aqui como foi o encontro, transmitido pela TV Fórum: