Em resposta à mídia liberal, em especial à Globo, que cobra "clareza" do programa econômico, Lula (PT) afirmou em discurso da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) na noite desta quinta-feira (5) que a dívida maior do Brasil é com o povo pobre e marginalizado.
“Quando assumir o compromisso de teto de gasto, queremos saber qual é o compromisso para acabar com a fome nesse país, qual o compromisso para acabar com o desemprego nesse país? Economizar para que, para pagar juros da dívida? A dívida maior que a gente tem é a dívida histórica com o povo pobre, é com o povo abandonado, é com os indígenas, é com os quilombolas”, disse Lula no Teatro de Arena da universidade, que estava lotado por jovens e famílias.
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Repetindo o que disse à Time sobre economia - que "ao invés de perguntar o que é que eu vou fazer, olhe o que eu fiz" -, o pré-candidato do PT, que lança a chapa com Geraldo Alckmin neste sábado (7), lembrou feitos de quando esteve no Planalto por dois mandatos.
“Tem que crescer a economia e tem que crescer o salário. É por isso que aumentamos o salário mínimo em 74% e não causou inflação. Por isso tivemos coragem de fazer a transposição do São Francisco para levar água para 12 milhões de nordestinos e 1,4 milhão de cisternas para quem vive nos lugares mais secos desse país”, afirmou.
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Lula voltou a enfatizar que fará uma campanha de "amor" para combater o ódio de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), que chegaram a tentar cercar a comitiva petista em Campinas - veja vídeo.
“Esse país precisa de carinho, de amor, de alguém que distribua livro didático de graça, e não armas. Esse país precisa de um presidente que distribua oportunidades, que possa financiar o pequeno e médio empreendedor brasileiro, o pequeno e médio empresário, o pequeno e médio agricultor que produz 70% do alimento que a gente consome”.
Lula disse ainda que somente pela cultura e pela educação é possível fazer a grande revolução que o país precisa, para que o povo mais humilde possa viver dignamente e ser tratado com respeito.
“Eu vou dizer uma coisa para vocês: nós vamos transformar a cultura brasileira numa fonte de riqueza para este país, investindo em cultura. Porque somente pela cultura e pela educação é que a gente vai fazer a grande revolução que o país precisa, para que o povo mais humilde possa viver dignamente e ser tratado com respeito”.
Mídia liberal insiste em "polêmica sobre a Ucrânia"
A mídia liberal insiste em criar polêmicas sobre os discursos de Lula e pinçou frase em que o petista alfinetou adversários - dizendo ser algo de inveja por sair na Time - para resgatar a "polêmica sobre a Ucrânia".
"Lula diz ser alvo de inveja por sair na Time, mas evita repetir polêmica sobre Ucrânia", diz a manchete da Folha sobre o ato na Unicamp, citando a equiparação feita por Lula sobre a responsabilidade de Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin na guerra da Ucrânia.
"Nessa semana, eu matei outra metade de inveja porque saí na capa da revista Time, gente. Eu saí porque eles sabem que quem vai mudar esse país é vocês, porque se a gente ganhar as eleições nossas políticas públicas serão feitas nas conferências nacionais", disse Lula na frase pinçada pela mídia liberal.
Veja a aula magna de Lula na Unicamp