A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (4), um requerimento que convida o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, para explicar a compra de mais de 11 milhões de comprimidos de Viagra às Forças Armadas.
Um acordo firmado com a liderança do governo na Comissão determina que a presença do ministro seja no dia 8 de junho. Caso não compareça, o acerto prevê a aprovação de requerimento de convocação.
O deputado federal Jorge Solla (PT-BA), subscritor da proposta, afirmou que é necessário esclarecer a justificativa apresentada pelo governo para a compra do medicamento.
Em nota oficial, o Ministério da Defesa alegou que o medicamento seria utilizado no tratamento de casos de hipertensão pulmonar. O autor do requerimento é o deputado Elias Vaz (PSB-GO).
“Antes de 2019, as Forças Armadas nunca haviam comprado Viagra para tratamento de hipertensão pulmonar. Queremos saber o que levou os militares a sofrerem essa súbita epidemia, que até 2018 não existia”, ironizou Solla.
Além da aquisição do medicamento, o petista destacou, ainda, que é preciso investigação apurada sobre o contrato que permite a transferência de tecnologia da fabricante do Viagra para o Laboratório da Marinha.
“Não tenho nada contra a Marinha obter essa tecnologia, mas a pergunta a ser respondida é: para quê? Seria para atender o SUS? Ou é apenas para atender os integrantes das Forças Armadas que sofrem de disfunção erétil?”, questionou.
Alexandre Padilha foi ao TCU para desmascarar versão dos militares sobre Viagra
O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) se reuniu, no dia 19 de abril, com o ministro Weder de Oliveira, do Tribunal de Contas da União (TCU).
Na oportunidade, o parlamentar entregou um ofício com informações que auxiliarão as apurações sobre a compra de Viagra pelas Forças Armadas.
Questionado, o Ministério da Defesa alegou que os remédios servem para Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), uma síndrome hemodinâmica, que provoca aumento da resistência vascular na pequena circulação, elevando os níveis de pressão na circulação pulmonar.
“Mostrei ao ministro responsável pela investigação aberta pelo Tribunal de Contas da União informações muito importantes, que desmascaram a versão trazida pelo Ministério da Defesa que a compra do Viagra tem como destino o tratamento de hipertensão pulmonar”, afirmou Padilha.
“Estamos encaminhando informações que mostram que, quando o Sistema Único de Saúde (SUS) compra esse medicamento para hipertensão pulmonar, compra na dosagem de 20 miligramas e não de 25 ou 50, que são os comprimidos para disfunção erétil”, alertou o deputado.