Abraham Weintraub, o ex-ministro da Educação problemático e encrenqueiro do governo extremista de Jair Bolsonaro, perdeu uma ação que movia na Justiça contra Guilherme Boulos, líder do MTST, por ter sido chamado pelo pré-candidato a deputado federal pelo PSOL de “maior vagabundo do Brasil” e de “imbecil”.
O falastrão que ocupou a chefia do MEC e depois fugiu do Brasil por ter ameaçado ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não gostou da postagem da liderança de esquerda, afirmando que as mensagens foram “difamatórias” e de “caráter ofensivo”.
"Weintraub é o maior vagabundo do Brasil. Fora!" e "O Brasil corre o risco de ficar sem vacinas suficientes por falta de insumos da China por causa de Jair Bolsonaro e três imbecis. Dudu Bananinha, Ernesto Araújo e Weintraub" foram as duas publicações feitas por Boulos e que foram levadas ao tribunal por Weintraub.
No entanto, a juíza do processo, Luciana Biagio Laquimia, considerou que não houve nada de errado, sobretudo com o vocábulo “vagabundo”, porque o próprio ex-ministro instigou a memória coletiva brasileira ao usá-lo contra ministros do STF.
"Por um tratamento isonômico, portanto, o autor não pode ser juridicamente qualificado como vítima de uma conduta, de um modo de ser que ele mesmo encarece, estimula. Dito de outro modo, a pessoa pública com cargo político que faz uso da palavra 'vagabundo' para qualificar seus 'opositores', num espectro peculiar da política brasileira recente", escreveu a magistrada em sua sentença.
Por fim, a Justiça de São Paulo determinou que Weintraub pague R$ 10 mil, mesmo valor que ele exigia como indenização, para bancar os custos processuais e os honorários advocatícios da defesa de Guilherme Boulos.