O procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, que nega frequentemente ser alinhado ao governo de Jair Bolsonaro (PL), cometeu um ato falho que desmente suas próprias argumentações.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, por meio do seu advogado, Ticiano Figueiredo, procurou o PGR na tentativa de se livrar de um depoimento na Polícia Federal (PF) em um processo que investiga o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
O pedido foi exposto por engano pelo próprio Aras em seu status no WhatsApp. A mensagem deveria ser encaminhada a um auxiliar.
O advogado do ministro quis marcar uma reunião fora da agenda com o PGR, nesta quarta-feira (25).
“Seria possível receber o advogado do Paulo Guedes, o dr. Ticiano Figueiredo, por cinco minutos? Assunto: possível dispensa de Paulo Guedes, junto à PF, em processo investigativo contra Renan Calheiros, onde Guedes não é parte”, diz trecho da mensagem.
“Sim. Falaremos por celular e ajustaremos”, é a resposta,
Os textos foram excluídos por Aras na quarta-feira à noite, minutos depois da publicação, segundo a Folha de S.Paulo.
Paulo Guedes foi chamado para depor no inquérito contra Renan Calheiros por supostas fraudes no Postalis, fundo de pensão dos Correios.
Ministro foi intimado a depor no dia 1 de junho como declarante, ou seja, não investigado
Ao Supremo Tribunal Federal (STF), Ticiano Figueiredo afirmou: "A intimação para prestar depoimento perante a Polícia Federal, ainda que na qualidade de 'não investigado', causa constrangimento – sobretudo no caso dos autos, por se tratar de pessoa da alta administração pública – e demanda a observância de determinadas balizas”.