Depois do recuo de Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), destituiu, nesta segunda-feira (23), o deputado Marcelo Ramos (PSD-AM) da função de vice-presidente da casa. A pressão foi feita diretamente por Jair Bolsonaro (PL).
O PL, partido de Bolsonaro, questionava na Justiça o fato de Ramos ter sido eleito pelo PL e depois ter se transferido para o PSD.
Lira fará novas eleições para ocupar, também, a segunda secretaria, ocupada anteriormente por Marília Arraes (PE), que trocou o PT pelo Solidariedade, e a terceira secretaria, que até hoje era dirigida por Rose Modesto (MS), que deixou o PSDB pelo União Brasil. As vagas serão disputadas por parlamentares do PT e do PSDB.
“A decisão do presidente da Câmara não é regimental, nem jurídica. É uma decisão política. Jamais me sujeitaria à indecorosa proposta de me calar em relação aos ataques que o presidente Bolsonaro tem feito à Zona Franca de Manaus para permanecer tranquilamente na vice-presidência da casa”, declarou Ramos.
“É extremamente sensível, do ponto de vista democrático, o presidente, numa live pedir a destituição do vice-presidente da Câmara e encontrar na presidência alguém capaz de cumprir essa ordem”, acrescentou o deputado.
Mesmo com a mudança de partido, Ramos, inicialmente, manteve o cargo, e contou, inclusive, com a colaboração do PL. Porém, ao longo dos meses seguintes esteve em constante atrito com o governo, especialmente em questões relacionadas à Zona Franca de Manaus, defendida pelo parlamentar e combatida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Pelo Twitter, ele voltou a criticar a decisão de Arthur Lira, a mando de Bolsonaro.
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