O prefeito de Manaus (AM), David Almeida (Avante), apoiador de Jair Bolsonaro (PL), fez um discurso veemente contra o presidente e, especialmente, o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele, inclusive, o chamou de “imbecil”. As declarações do político foram dadas durante visita a obras de asfaltamento na capital do Amazonas.
“Eu queria estar podendo dizer aqui: o presidente Bolsonaro defendeu os empregos da Zona Franca de Manaus. Isso não está acontecendo. Aqui não tem nenhum leso. Eu não sou otário e nem o povo do meu estado. O cara teve 67% dos votos aqui. A gente não tem que ficar aplaudindo ele acabar com nossos empregos. A gente tem que cobrá-lo”, afirmou.
Em seguida, dirigiu suas críticas a Guedes. “O pior ministro da Economia de todos os tempos chama-se Paulo Guedes. Abram os olhos. Nós temos a maior inflação de todos os tempos, o pior índice de desemprego, o ovo é 50 centavos, o pão é 50 centavos, a gasolina está quase R$ 8, o gás está mais de R$ 110, a energia está cara e sabe qual é o culpado para esse imbecil do Paulo Guedes? A Zona Franca, que significa menos de 0,9% do PIB brasileiro. Um imbecil desse, que nunca recebeu um voto, vem prejudicar o povo da minha cidade”, destacou Almeida.
“A minha posição com relação ao Bolsonaro é essa. Eu votei nele, mas eu cobro ele. Ele tem que respeitar o povo que o elegeu. Essa é minha posição”, completou o prefeito de Manaus.
Decretos de Bolsonaro vem castigando a Zona Franca de Manaus. O polo industrial da capital amazonense é responsável por mais de 100 mil empregos diretos e 500 mil indiretos em todo o estado, segundo informações de Mário Adolfo Filho.
Omaz Aziz afirma que Bolsonaro quer acabar com a Zona Franca
O senador Omar Aziz (PSD-AM), que foi presidente da CPI do Genocídio, já acusou várias vezes Bolsonaro de querer acabar com a Zona Franca de Manaus. O presidente anunciou a ampliação da redução de alíquota de IPI, o que atinge em cheio a indústria da região.
Na prática, a iniciativa iguala as condições de toda a indústria brasileira, o que tira a vantagem de quem trabalha na Zona Franca.
O senador ressaltou que o principal ponto é o fato de o decreto assinado por Bolsonaro ter zerado a alíquota de IPI do setor de concentrados, tirando o aspecto diferencial da indústria de refrigerantes.
“Esse ataque atinge os trabalhadores de Manaus e também do interior, efetivamente de Maués, que produz guaraná, e Presidente Figueiredo, que produz o açúcar da Coca-Cola. São 7 mil empregos diretos em risco. Um absurdo”, criticou Aziz.