A revista Veja, historicamente vinculada aos ditames neoliberais, agora mira no presidente Bolsonaro (PL) e, em específico em um dos seus filhos, o 02 ou Carlos Bolsonaro (Republicanos). Reportagem da publicação classifica Carlos Bolsonaro como "sniper do Planalto" e aquele organiza as ações digitais em torno pai e dos grupos bolsonaristas.
O franco-atirador do Planalto é traçado pela publicação como uma pessoa paranoica, de poucas amizades e que não se dá bem com a primeira-dama Michelle Bolsonaro.
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Apesar de não estar oficialmente na comunicação da campanha de reeleição do presidente Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, segundo a Veja, tem carta branca para operar as redes bolsonaristas.
Segundo a revista, hoje Carlos Bolsonaro atua "com mais amarras do que a eleição passada, já que é alvo da CPI das Fake News e investigado num inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, que trata da atuação das milicias digitais e de ataques à democracia".
Os assessores presidenciais Tércio Arnaud Tomaz e Filipe Martins são apontados como duas pessoas que atuam juntamente com o 02 em torno das redes de Jair Bolsonaro. Além do Twitter, os três são responsáveis por abastecer o WhatsApp com conteúdos a serem disseminados.
Além disso, estariam sob comando de Carlos Bolsonaro a chamada "segunda divisão", que engloba cerca de 200 perfis influentes, ou seja, com milhares de seguidores e com forte incidência nas redes sociais e com capilaridade para disparar fake news.
Carlos Bolsonaro, de acordo com a Veja, é defendido pelo pai, cujas redes são coordenadas pelo filho 02 desde 2010. Além disso, Bolsonaro credita parte importante de sua vitória em 2018 a atuação de Carlos Bolsonaro nas redes sociais.
Disputa presidencial nas redes
O Partido dos Trabalhadores (PT) reconhece que ainda hoje as redes bolsonaristas possuem sofisticadas tecnologias de interação nas redes, no entanto, este cenário, ao contrário do que aponta a revista Veja não é de pleno domínio das hostes bolsonaristas, é o que mostra os últimos levantamentos do DataFórum.
Levantamento realizado pelo DataFórum a partir de dados prospectados no Twitter nesta quarta-feira (11) mostra que, mais uma vez os grupos de apoio ao ex-presidente Lula (PT) e anti-Bolsonaro superaram os bolsonaristas. Tal movimentação se observa desde o lançamento da chapa Lula/Alckmin, ocorrida no último sábado (7).
A passagem do pré-candidato do PT pelo estado de Minas Gerais, juntamente com a divulgação de novas pesquisas que indicam a vitória de Lula no primeiro turno, foram as responsáveis por mais uma vez fazer com que os grupos lulistas e anti-Bolsonaro se destacassem no Twitter.
Por sua vez, os grupos bolsonaristas centraram suas ações em ataques ao sistema eleitoral e entoaram o discurso de que o único resultado aceitável é a vitória de Bolsonaro no pleito deste ano, o contrário disso, para o grupo de apoio ao presidente, é fraude.
Na hoste dos ciristas o engajamento versou em torno dos influenciadores classificados como "nem, nem", ou seja, nem Lula e nem Bolsonaro. Também teve forte presença a reação de Ciro Gomes diante dos apelos para que retire a sua candidatura.
A reportagem da revista Veja pode ser acessada aqui.