Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta quinta-feira (7), o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) analisou o resultado das pesquisas eleitorais para presidência e destacou o “esvaziamento” da terceira via.
“Os votos do autointitulado ‘centro democrático’ não vão se sustentar, porque a terceira via não se diferencia em nada do programa econômico do Bolsonaro”, declarou Zarattini.
“A Globo é porta-voz da terceira via”, emendou o parlamentar, mencionando Miriam Leitão, Merval Pereira e Carlos Sardenberg como defensores da reforma trabalhista e da previdência, entre outros aspectos que fazem parte da política econômica de Paulo Guedes.
“Esse ‘centro democrático’ não cresce por causa disso. Seus representantes não dizem nada para o povo em termos de desenvolvimento”, avaliou.
Em relação às pesquisas eleitorais, Zarattini lembrou que o PT venceu as eleições com Lula (as duas vezes) e Dilma Rousseff (a primeira vez) por aproximadamente 60% a 40% de vantagem no segundo turno.
“Hoje, as pesquisas apontam aproximadamente isso em um eventual segundo turno. Essa diferença pode se deslocar para outro lado, mas a polarização, que antes era PT-PSDB e agora é PT-extrema direita, deve permanecer. Por isso, é importante manter um diálogo forte com o campo mais ao centro”, analisou.
“Estamos vendo um governo da bandidagem. As milícias conquistaram espaço“
Zarattini também abordou o novo escândalo do governo de Jair Bolsonaro (PL), com o vazamento de um áudio da irmã de Adriano da Nóbrega acusando o Palácio do Planalto de oferecer cargos pelo assassinato do miliciano.
“Estamos vendo um governo da bandidagem. As milícias conquistaram espaço no Estado, em boa parcela do Congresso e até no Judiciário. Para combater este cenário, é importante eleger um bom Congresso e o ex-presidente Lula”, ressaltou.
Temas de costume são “o campo preferido do Bolsonaro, onde ele explora preconceitos e visões conservadoras do povo”
O deputado citou, ainda, a polêmica provocada por bolsonaristas sobre as declarações de Lula a respeito do aborto. “Esses temas são o campo preferido do Bolsonaro, onde ele explora preconceitos e visões conservadoras do povo”.
“O brasileiro é conservador nas pautas de costumes, mas progressista em relação à distribuição de renda ou oportunidades de desenvolvimento. Lula tocou em um ponto importante, mas que mexe com religiosidade e os bolsonaristas vieram para cima”, acrescentou Zarattini.