BOLSOLÃO DO MEC

Corrupção: CPI do MEC está prestes a ser instalada no Senado, revela Randolfe

O líder da oposição no Senado divulgou a lista dos senadores que apoiam a CPI para investigar escândalo de corrupção no MEC

O ex-ministro Milton Ribeiro e pastor Arilton Moura em reunião no MEC.Créditos: Fotos: Luis Fortes/MEC
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As revelações feitas por prefeitos durante a Comissão de Educação do Senado Federal parecem ter ajudado na coleta de assinaturas para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o esquema de corrupção que teria sido montado dentro do Ministério da Educação (MEC) durante a gestão do pastor Milton Ribeiro, que caiu diante do escândalo. Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, teriam montado um "gabinete paralelo" que controlava a distribuição de recursos da pasta.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da Oposição no Senado, revelou nesta quarta-feira (6) em suas redes sociais que faltam apenas duas assinaturas para alcançar o número necessário de apoios (27) para a instalação de uma CPI do MEC.

"Precisamos só de mais DUAS ASSINATURAS de senadores para instalar a CPI do MEC! Converse com o senador e com a senadora do seu Estado, peça a participação deles. Vamos passar a limpo os escândalos de corrupção do Bolsolão do MEC", tuitou. Confira a lista de quem assinou no final da matéria.

Prefeitos confirmam corrupção no MEC em audiência

Em audiência pública realizada na Comissão de Educação, três prefeitos confirmaram o escândalo de corrupção envolvendo pastores no Ministério da Educação do governo Bolsonaro e deram detalhes de como a esquema funcionava. Áudio vazado do ex-ministro Milton Ribeiro indica que eles teriam o aval de Bolsonaro para atuar.

Os prefeitos Gilberto Braga (PSDB), de Luís Domingues (MA); José Manoel de Souza (PP), de Boa Esperança do Sul (SP); e Kelton Pinheiro (Cidadania), de Bonfinópolis (GO) relataram que receberam pedidos de propina dos pastores para a liberação de recursos.

Braga chegou a ouvir um pedido de propina em barras de ouro durante um almoço com mais de 20 prefeitos em um restaurante de Brasília. "O pastor Arilton me disse: 'Você vai me arrumar R$ 15 mil para protocolar suas demandas; depois que o recurso já estiver empenhado, como a sua região é de mineração, vai me trazer um quilo de ouro'. Eu não disse nem que sim nem que não, me afastei da mesa", relatou ao Senado.

Randolfe foi o autor do requerimento que convidou os prefeitos e qualificou o esquema de corrupção como "chinfrim", "cínico", "nojento" e "vulgar".

Dois prefeitos convidados - Calvet Filho, prefeito de Rosário (MA), e Hélder Aragão, de Anajatuba (MA) - negaram ter recebido esses pedidos. Eles, no entanto, tiveram recursos liberados.

"Todos os prefeitos que disseram que não aceitaram dar propina não tiveram nenhum recurso público empenhado. Todos os que tiveram recurso empenhado negam que tenham dado propina", apontou o presidente da comissão, senador Marcelo Castro (MDB-PI).

Confira a lista dos senadores que apoiam a CPI do MEC:

  1. Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
  2. Paulo Paim (PT-RS)
  3. Humberto Costa (PT-PE)
  4. Renan Calheiros (MDB-AL)
  5. Styvesson Valentim (Podemos-RN)
  6. Fabiano Contarato (PT-ES)
  7. Jorge Kajuru (Podemos-GO)
  8. Zenaide Maia (PROS-RN)
  9. Paulo Rocha (PT-PA)
  10. Omar Aziz (PSD-AM)
  11. Rogério Carvalho (PT-SE)
  12. Reguffe (União-DF)
  13. Leila do Vôlei (PDT-DF)
  14. Jean Paul Prates (PT-RN)
  15. Jaques Wagner (PT-BA)
  16. Eliziane Gama (Cidadania-MA)
  17. Tasso Jereissati (PSDB-CE)
  18. Cid Gomes (PDT-CE)
  19. Alessandro Vieira (PSDB-SE)
  20. Weverton Rocha (PDT-MA)
  21. Dario Berger (PSB-SC)
  22. Simone Tebet (MDB-MS)
  23. Mara Gabrilli (PSDB-SP)
  24. Oriovisto Guimarães (Podemos-PR)
  25. Jader Barbalho (MDB-PA)