A jornalista Miriam Leitão, colunista de O Globo, foi às redes sociais, nesta segunda-feira (4), para agradecer o apoio que recebeu de Lula (PT). O ex-presidente, via Twitter, publicou uma mensagem de solidariedade, depois que ela foi atacada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
“Obrigada, Lula por essa mensagem de solidariedade, que reforça valores fundamentais na democracia: o respeito entre pessoas, mesmo quando divergem, e a empatia que deve prevalecer entre seres humanos”, escreveu Miriam.
Lula havia postado o seguinte texto: “Minha solidariedade à jornalista Miriam Leitão, vítima de ataques daqueles que defendem o indefensável: as torturas e os assassinatos praticados pela ditadura. Seres humanos não precisam concordar entre si, mas comemorar o sofrimento alheio é perder de vez a humanidade”.
O filho da jornalista, Matheus Leitão, também agradeceu a Lula: “Presidente, muito obrigado. Como filho, me emociono. Sua voz branda e firme é muito importante para o país neste momento”.
Outra personalidade politica que apoiou Miriam foi o presidenciável Ciro Gomes (PDT). “Difícil saber quem é o pior dos torturadores. O que fere primeiro ou o que reacende a chaga da memória sempre aberta de um torturado. Ao debochar de Miriam Leitão, o verme Eduardo Bolsonaro nos provoca esta sombria reflexão”, postou.
“E nos faz lembrar que falta alguém nos bancos da Corte Internacional de Haia. Este verme não vai sentar ali sozinho, mas com outros membros de sua nefasta família. Este dia, canalhas, chegará mais rápido do que vocês pensam”, acrescentou Ciro.
Piada com tortura
Eduardo Bolsonaro voltou a atacar Miriam Leitão, neste domingo (3), em razão de um artigo em que a colunista de O Globo aponta que o ex-presidente Lula não pode ser igualado a Jair Bolsonaro por ter atuado devidamente como um líder democrático. O deputado reagiu debochando da tortura sofrida pela jornalista, reforçando o caráter fascista do clã Bolsonaro.
"Ainda com pena da cobra", escreveu Eduardo em seu perfil oficial no Twitter. A postagem faz referência à tortura sofrida por Miriam durante a ditadura militar. Grávida, a jornalista foi colocada nua em um quarto escuro junto com uma cobra jiboia.
A postagem repugnante veio após Miriam publicar o artigo “Única via possível é a democracia”. “Como escrevi neste espaço em maio de 2021, não há dois extremistas na disputa, mas apenas um, Jair Bolsonaro. Semana passada, novamente, Bolsonaro provou que ele é um perigo para a democracia", disse.
Conselho de Ética
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) revelou, por meio de suas redes sociais, que acionou Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra Eduardo Bolsonaro.
“Miriam Leitão estava grávida quando usaram uma cobra numa sala escura para torturá-la. Um homem que faz piada com essa situação é desumano, repugnante. Acionamos o Conselho de Ética. O deputado Eduardo Bolsonaro, assim como seu pai, precisa responder pelos seus atos”, escreveu a deputada.