A nota divulgada pelo ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, atacando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) incendiou os grupos de Telegram que propagam discurso de ódio em prol de Jair Bolsonaro (PL).
"A resposta veio", diz um dos vídeos de youtubers bolsonaristas que foram propagados no grupo Exército de Bolsonaro, que tem cerca de 35 mil membros, no Telegram.
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Os apoiadores do presidente também compartilharam um tuite do general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que se antecipou ao ataque da Defesa a Barroso no início da noite de domingo.
"Forças Armadas 'estão sendo orientadas a atacar e desacreditar"' o processo eleitoral, diz Min Barroso. Essa afirmação não procede; é inconsistente e sem fundamento. FA, 'convidadas para participar do processo', estão sendo orientadas, como sempre, a ajudar a lisura do evento", tuitou, adiantando trechos da nota que seria divulgada uma hora depois.
A nota do ministro, ex-comandante do Exército, é interpretada por bolsonaristas radicais como a formalização do apoio dos militares à Bolsonaro e, principalmente, à tese do presidente sobre fraude nas urnas eletrônicas, que seria álibi e pode ser o estopim de uma golpe para a não aceitação de uma derrota para Lula em outubro.
Eduardo Bolsonaro resgata vídeo
Nas redes, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) resgatou um vídeo em que o pai ataca os direitos humanos e reclama da "falta de liberdade" para as Forças Armadas.
"Falta é liberdade e autoridade. Falta liberdade para ele poder falar o que ele bem entende e ele não tem autoridade, não tem liberdade de fazer isso ai. E essa máxima de que os direitos humanos são mais importantes que a soberania nacional já existe desde 93. [...] E brevemente então em nome dos direitos humanos se torna independente aquelas ricas nações indígenas - a mais conhecida é a Yanomami -, a nossa Amazônia, e nós vamos fazer o quê?", indaga.
Na sequência, ele critica o que considera o sucateamento das Forças Armadas.
"Nós não temos poder de reação. As nossas Forças Armadas para poder dar um bom tiro de fuzil tem que importar pólvora. O que você pode esperar das Forças Armadas nesse sentido? Nós não temos parque bélico, indústria bélica, não temos absolutamente nada. O orçamento nosso mal dá para as três forças. Qualquer ministerioriznho aí furreca tem mais do que isso no orçamento. E não se dá nenhum valor às Forças Armadas", emenda.
Bolsonaro então ataca Fernando Henrique Cardoso, presidente à época, e a "turma que combateu o regime militar de 64".
"O objetivo daquela turma que combateu o regime militar de 64, que estava à frente o Fernando Henrique Cardoso é realmente desgraçar o país", diz no vídeo, em que ataca também a imprensa.