O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, o general do Exército Luiz Eduardo Ramos Baptista, usou as suas redes sociais para atacar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e afirmou que as Forças Armadas vão vigiar as eleições deste ano, papel que cabe à corte eleitoral.
Ao compartilhar a nota do Ministério da Defesa, que atacou o ministro do STF Luiz Roberto Barroso, Ramos escreveu que "defender a soberania nacional é dever das Forças Armadas. Eleições democráticas e transparentes fazem de nós um país soberano, por isso, nossas FA estarão sempre vigilantes pelo bem do nosso povo, do nosso Brasil", escreveu o militar.
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Ministro da Defesa ataca Barroso e diz que é "ofensa grave" fala sobre sistema eleitoral
Por ordem de Jair Bolsonaro (PL), o ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que deixou o comando do Exército há cerca de um mês para assumir o cargo, divulgou nota na noite deste domingo (24) em que ataca Luis Roberto Barroso, ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que as Forças Armadas têm sido "orientadas" a atacar o processo eleitoral.
"Acerca da fala do Ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, durante participação, por videoconferência, em um seminário sobre o Brasil, promovido por entidade acadêmica estrangeira, em que afirma que as Forças Armadas são orientadas a atacar e desacreditar o processo eleitoral, o Ministério da Defesa repudia qualquer ilação ou insinuação, sem provas, de que elas teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia", diz a nota assinada pelo ministro.
No texto, a Defesa classifica a declaração de Barroso como "irresponsável" e uma "ofensa grave" aos militares.
"Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro", diz a Defesa, ressaltando que a fala do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) "afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições".
Na declaração, feita em seminário por videoconferência sobre o Brasil promovido pela universidade Hertie School, de Berlim, na Alemanha, Barroso chegou a elogiar as Forças Armadas, mas disse que há "repetidos movimentos para jogar as Forças Armadas no varejo da política".
"Isso seria uma tragédia para a democracia e para as Forças Armadas, que levaram três décadas para se recuperar do desprestígio do regime militar e se tornarem instituições respeitadas", afirmou.