INVESTIGAÇÃO

Viagra: Padilha vai ao TCU para desmascarar versão dos militares

Defesa alegou que o remédio serve para hipertensão pulmonar: “Onde estão os pacientes, qual o médico que prescreveu?”, questiona o deputado

Padilha e o ministro Weder, do TCU.Créditos: Camila Victor
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O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) se reuniu, nesta terça-feira (19), com o ministro Weder de Oliveira, do Tribunal de Contas da União (TCU).

Na oportunidade, o parlamentar entregou um ofício com informações que auxiliarão as apurações sobre a compra de mais 35 mil unidades de Viagra pelas Forças Armadas.

Questionado, o Ministério da Defesa alegou que os remédios servem para Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), uma síndrome hemodinâmica, que provoca aumento da resistência vascular na pequena circulação, elevando os níveis de pressão na circulação pulmonar.

“Mostrei ao ministro responsável pela investigação aberta pelo Tribunal de Contas da União informações muito importantes, que desmascaram a versão trazida pelo Ministério da Defesa que a compra do Viagra tem como destino o tratamento de hipertensão pulmonar”, afirmou Padilha à Fórum.

“Estamos encaminhando informações que mostram que, quando o Sistema Único de Saúde (SUS) compra esse medicamento para hipertensão pulmonar, compra na dosagem de 20 miligramas e não de 25 ou 50, que são os comprimidos para disfunção erétil”, alertou o deputado.

Parlamentar faz uma série de questionamentos ao Ministério da Defesa

Ele destacou, ainda, que mostrou ao ministro que para hipertensão pulmonar o uso do medicamento deve ser diário. Por isso, “ao longo de um ano esses comprimidos comprados tratariam, no máximo, 45 pacientes. Estamos cobrando do Ministério da Defesa onde estão esses 45 pacientes, em que serviços foram tratados, qual o médico que prescreveu? O objetivo é desmascararmos essa mamata do Viagra”, completou Padilha.

Em resposta às argumentações do deputado, o ministro Weder afirmou que incorporará os questionamentos feitos pelo parlamentar à investigação que está iniciando. Já existe um procedimento aberto para apuração dos fatos no TCU.