O ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) usou as redes sociais nesta quinta-feira (14) para comentar sobre a pré-candidatura de Luciano Bivar à presidência, lançada pelo seu partido. O ex-ministro teve que abrir mão de qualquer intenção de concorrer ao Planalto ao migrar do Podemos para sua atual legenda. Na postagem, Moro não manifesta apoio ao correligionário.
"O União Brasil escolheu o seu pré-candidato à Presidência, Luciano Bivar. Espera-se que os demais partidos também possam definir, com clareza, os seus pré-candidatos. Sigo como um soldado da democracia, estimulando a composição para romper a polarização politica", tuitou o ex-ministro, sem manifestar apoio ao nome de Bivar.
A Executiva Nacional do União Brasil chancelou de forma unânime o nome Bivar, que é presidente da sigla, como pré-candidato à Presidência da República, nesta quinta. A decisão parece enterrar de vez qualquer intenção de Moro em concorrer à presidência. O ex-juiz deve se lançar à Câmara ou ao Senado.
Em nota, os porta-vozes do União Brasil revelaram que pretendem se planejar e se reunir aos demais partidos que buscam formar uma frente de enfrentamento ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Lula (PT).
A queda vertiginosa de Sergio Moro
Após deixar o Podemos, partido que o lançou como pré-candidato à presidência, e migrar para o União Brasil, Sergio Moro declarou que o seu nome estava à disposição da legenda para disputar o Palácio do Planalto. No entanto, a declaração do ex-juiz causou uma crise no União Brasil e pôs fim na empreitada presidencial do ex-juiz da Lava jato.
Diante da nova fala do ex-juiz, ACM Neto informou à jornalista Natuza Nery, da GloboNews, que ele e seu grupo apresentarão requerimento para impugnar a filiação. O grupo já havia deixado claro, em nota, que não aceitaria uma candidatura de Moro à presidência.
"Caso seja do interesse de Moro construir uma candidatura em São Paulo pela legenda, o ex-ministro será muito bem-vindo. Mas, neste momento, não há hipótese de concordarmos com sua pré-candidatura presidencial pelo partido", dizia a nota.
Acontece que, qualquer que seja o cargo almejado, Moro pode ter as suas pretensões políticas barradas pela Justiça Eleitoral.
O ex-juiz Sergio Moro, bem como sua esposa, a advogada Rosangela Wolf Moro, estão na mira da Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo (PRE-SP), que enviou ao Ministério Público Eleitoral (MPE) do estado uma notícia-crime contra ambos por conta da mudança de domicílio que declararam para disputarem as eleições.
Recém-filiados ao União Brasil para disputarem uma vaga na Câmara dos Deputados ou no Senado, Moro e Rosângela são paranaenses e sempre viveram no estado, mas declararam à Justiça Eleitoral mudança de domicílio para São Paulo com o objetivo de disputarem o pleito pelo estado. O casal cadastrou junto à Justiça o endereço de um hotel na capital paulista.
A legislação eleitoral exige que, para um candidato declarar novo domicílio eleitoral, ele deve morar no local há pelo menos três meses e comprovar vínculo com o estado em questão.
A Procuradoria Eleitoral, no entanto, afirma que Moro e Rosangela, ao mudarem o domicílio eleitoral para São Paulo sem comprovar vínculo com o estado, cometem crime tipificado no código 289 do Código Eleitoral, que trata de "inscrever-se fraudulentamente eleitor”.
A notícia-crime enviada pela Procuradoria ao MPE veio a partir de uma denúncia protocolada pela empresária e ativista social Roberta Luchsinger, que apontou "oportunismo" do casal.
"Moro não tem palavra, Moro não tem hábito de falar a verdade. Ele e sua esposa acham q estão acima da lei, mas não estão. Estou lutando muito para impedir que eles mais uma vez estuprem a lei", escreveu Roberta, em suas redes sociais, nesta quarta-feira (13).