Buscando se distanciar do escândalo das rachadinhas, Flávio e Jair Bolsonaro têm dito a aliados que não vão apoiar a candidatura de Fabricio Queiroz à Câmara dos Deputados.
Segundo a coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles, toda vez que é questionado sobre o assunto, Bolsonaro diz que “não quer nem saber” e Flávio diz que “não há o que fazer”. Queiroz vem afirmando que nunca foi abandonado pela família Bolsonaro e que, com o apoio do clã, será o deputado mais votado do Rio.
Te podría interesar
Em entrevista à Veja no último dia 18, Queiroz revelou um certo ressentimento com o presidente Bolsonaro e comentou o que faria se estivesse no lugar dele. "Se eu sou o presidente, teria me levado para Brasília nem que fosse para cortar grama no palácio".
O ex-assessor ficou três anos sem conversar com Flávio e Jair. Mas, um telefonema realizado em dezembro de 2021 restabeleceu a amizade entre Queiroz e o senador. Todavia, pessoas do entorno da família do presidente garantem que ele não tem mais o acesso que tinha antes, principalmente após a publicização do escândalo das rachadinhas.
Te podría interesar
Queiroz garante que não há impedimento algum para manter conversas com Bolsonaro, mas que, em respeito ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) se afastou do presidente.
Parte do PTB é contra a filiação de Queiroz
O PTB, partido ao qual ele irá se filiar, também não se mostrou feliz com a sua candidatura. O próprio presidente da legenda, Marcus Vinicius Vasconcelos, conhecido como Neskau, é contra a filiação de Queiroz.
O deputado estadual do Rio de Janeiro considera que o ex-assessor de Flávio tenta testar sua viabilidade política com essa articulação. Na avaliação de Neskau, que também preside o diretório fluminense, por onde Queiroz concorreria, o ex-PM não tem espaço dentro do bolsonarismo.
Segundo ele, nem Flávio nem Jair Bolsonaro querem seus nomes relacionados ao de Queiroz. “Traz muita coisa ruim à tona”, diz Neskau.
Rachadinhas
Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro foram denunciados pelo MP-RJ no caso das rachadinhas, esquema ilegal de entrega de parte de salários de servidores dos gabinetes da família Bolsonaro. O policial aposentado foi assessor de Flávio de 2007 até outubro de 2018.
Para se defender das acusações de participação do esquema da rachadinha, Queiroz utilizou um comentário machista. "Gosto da rachadinha, mas da feminina".