O ex-presidente Lula (PT) esteve presente, neste sábado (19), no assentamento Eli Vive, do Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Londrina (PR). Ele discursou durante ato que contou com a participação da presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, do recém-filiado Roberto Requião e de uma multidão de assentados.
Em seu discurso, Lula destacou a miséria do povo no governo de Jair Bolsonaro (PL). “A fome é uma doença que não dói aos olhos de quem não a sente. É uma das coisas mais bárbaras que a humanidade deixou acontecer, porque temos capacidade de produzir alimentos para todos, mas são 19 milhões de pessoas passando fome no Brasil e 116 milhões com comida insuficiente”.
O ex-presidente criticou a destruição promovida na Petrobras desde o golpe de 2016, que tirou do poder a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).
“Nosso país foi submetido a um processo de destruição. A BR era uma empresa excepcional. Nós temos petróleo autossuficiente, o que não temos são refinarias, porque pararam de fazer. E agora temos 392 empresas importando gasolina dos EUA, pagando em dólar”, ressaltou.
Em outro trecho do discurso, Lula disse: “Eu sei o que é um chão de fábrica. Sei o que é ficar desempregado. Levantar de manhã e não ter nem café pra tomar. Tem gente muito mais letrada do que eu. Mas nem 10% dos que querem concorrer entendem a alma do povo brasileiro como eu entendo”, acrescentou.
Apesar de veemente, como sempre, Lula afirmou que está mais sereno. “Eu não estou nervoso, estou mais calmo. Um cara que aos 76 anos achou um amor como eu achei, por que eu vou ter raiva? Alguém que ficou 580 dias preso injustamente e recebeu a solidariedade que eu recebi, vou ter raiva porquê?”
“O povo vai derrubar o fascismo”
Lula ainda agradeceu ao MST: “Vocês não têm noção de como lavavam minha alma quando eu ouvia todo dia bom dia, presidente Lula, boa tarde, presidente Lula, boa noite, presidente Lula. Essas palavras vão ficar na minha cabeça para o resto da vida. Vocês não têm noção do gesto que vocês fizeram. Foi o maior gesto de solidariedade que eu tive conhecimento na história contemporânea”, disse.
Para finalizar, o ex-presidente deu uma declaração esperançosa: “O povo vai derrubar o fascismo, os milicianos e vamos devolver a democracia para o Brasil. Vamos voltar a falar de amor, de vendas de livros e não de venda de armas”.
O ato deste sábado inaugurou o lançamento nacional dos comitês de base dos movimentos, que têm como objetivo avançar na organização dos trabalhadores e promover o debate sobre um projeto popular para o Brasil.