O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, minimizou sua convocação para prestar esclarecimentos à Comissão de Direitos Humanos do Senado, aprovada nesta segunda-feira (7).
Queiroga deverá explicar a nota emitida pela área técnica de seu ministério que coloca a cloroquina como mais efetiva para o tratamento de Covid-19 do que as vacinas – o que é falso.
Segundo o requerimento apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o ministro deverá, ainda, explicar o motivo pelo qual o governo brasileiro atrasou a vacinação infantil.
"Preocupação zero com essas convocações, até porque o que eu estou fazendo no Ministério da Saúde a população já conhece. Nós comandamos uma das maiores campanhas de vacinação do mundo", disse Queiroga à imprensa nesta segunda-feira (7).
Apesar do ministro enaltecer a vacinação no país, o governo Bolsonaro, além de protelar a aquisição de vacinas e desestimular a imunização, atrasou a vacinação de crianças, visto que a aplicação da dose infantil da Pfizer foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 16 de dezembro, mas a imunização deste público só começou no país em 14 de janeiro, após o Ministério da Saúde abrir uma consulta pública sobre o tema.
"É normal, isso faz parte do processo democrático e, como já disse, estou à disposição da sociedade brasileira, das suas instituições, dos Três Poderes. A quem eu presto satisfações de maneira imediata é o presidente (...) É uma oportunidade pra desfazer todas essas narrativas mentirosas que estão sendo feitos de forma reiterada. Infelizmente, da parte de alguns parlamentares", prosseguiu Queiroga ao falar da convocação.
Damares também foi convocada
Além de Queiroga, Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, também foi convocada para prestar esclarecimentos à Comissão de Direitos Humanos do Senado.
Ela deverá explicar uma outra nota técnica em que se coloca contra a exigência do passaporte da vacina para o retorno das crianças às aulas presenciais.
Tanto o depoimento de Queiroga quanto o de Damares são obrigatórios, visto que a Constituição Federal explicita que é crime de responsabilidade a ausência sem justificativa. A expectativa é que os depoimentos sejam realizados na próxima semana.
Convites
A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou ainda, nesta segunda-feira (7), convites para que o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, e o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, prestem depoimento.
No caso de Barra Torres, o objetivo é que ele relate as ameaças sofridas por servidores da Anvisa após a aprovação da aplicação da vacina infantil.
Já Angotti Neto foi convidado para explicar a nota técnica da Saúde, emitida pelo seu setor, que carrega tom antivacina ao colocar a cloroquina como mais efetiva para o tratamento de Covid-19.