O programa de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai repetir o foco na geração empregos, assim como ocorreu na primeira vez em que foi eleito, em 2002.
A campanha, no entanto, não deve estabelecer metas, como fez na eleição de vinte anos atrás, quando falava em gerar 10 milhões de postos de trabalho.
Apesar de o governo Lula ter gerado 14.725.039 empregos, de 2003 até setembro de 2010, de acordo com o site da Câmara, a meta, considerada pretenciosa na época, colocou pressão sobre o governo.
O partido, de acordo com o Painel da Folha, acabava sendo criticado por adversários sempre que o ritmo de geração de empregos era mais lento do que o desejado.
Dirigentes do PT dizem que não repetirão o que avaliam ter sido um tiro no pé.
Reajuste acima do INPC
No primeiro governo de Lula, entre 2003 e 2006, 57,9% dos reajustes superaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), 19% igualaram e apenas 23,1% ficaram abaixo da variação do índice. No segundo governo do ex-presidente, entre 2007 e 2010, o desempenho foi ainda melhor: 82,9% dos reajustes foram acima da variação do índice de inflação, 9,9% foram iguais e apenas 7,2% ficaram abaixo.
Inserção no mercado de trabalho
Em discurso na posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no final de janeiro, Lula ressaltou a importância de o país buscar soluções para inserir no mercado de trabalho, de forma adequada, uma parcela de jovens que têm formação com média de anos de estudo superior à dos pais, mas que não encontra oportunidades num mercado de trabalho precarizado e com baixos salários.
“Hoje, essa molecada que está aí estudou mais do que todos nós estudamos…molecada formada, estudou quatro vezes mais do que nós. Mesmo tendo estudado mais, qual o futuro dessa molecada? Que futuro espera essa meninada? O que o mercado de trabalho tem a oferecer a essa juventude que estudou, que sonha, e percebe que não consegue ter a estabilidade que o pai teve?”, questionou.
Lula afirmou que a perda de direitos derivou de série de mentiras, de um discurso de que as conquistas da classe trabalhadora eram “custo Brasil” e que o emprego com carteira assinada é muito caro. “Qual salário essas pessoas vão ganhar, quais são os direitos? Sou da geração que lutou pelo décimo terceiro salário e pela estabilidade da mulher gestante. Foi muita luta para conquistar o que conquistamos. Tudo isso, eles inventaram que é prejudicial ao trabalhador”, comentou Lula.
Com informações do Painel, da Folha