Humberto Costa retira candidatura em Pernambuco e fortalece aliança entre PT e PSB

O senador se encontrou com Lula e Gleisi nesta sexta-feira para oficializar decisão

Foto: Ricardo StuckertCréditos: Ricardo Stuckert
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O senador Humberto Costa (PT-PE) decidiu retirar sua pré-candidatura ao governo de Pernambuco nesta sexta-feira (4) em meio ao avanço das negociações do PT e do PSB pela formação de uma federação partidária nas eleições de outubro.

O anúncio foi feito pela presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que se reuniu com Humberto e com o ex-presidente Lula.

"Mesmo liderando as pesquisas, companheiro Humberto Costa abriu mão de disputar o governo de Pernambuco para unificar as forças populares no Estado e no Brasil, para derrotar Bolsonaro e seus retrocessos. Grandeza política e desprendimento que saudamos hoje em encontro com Lula", escreveu Gleisi no Twitter.

Pesquisa Vox Populi divulgada em janeiro apontava o senador com entre 31% e 38% das intenções de voto, a depender dos adversários.

PSB queria garantir candidatura em Pernambuco

Lula se encontrou na quinta-feira com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), para conversar sobre as negociações em torno da federação partidária entre os partidos com PCdoB e PV.

O PSB já anunciou que apoiará a candidatura de Lula à presidência, mas nos arranjos dos estados, Pernambuco era um nó ainda não desatado. Isso porque o PT lançou, em dezembro do ano passado, a pré-candidatura do senador Humberto Costa ao governo do estado.

Na reunião desta quinta-feira, Câmara teria apresentado a Lula o nome do deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE), que foi coordenador da campanha de Eduardo Campos ao governo de Pernambuco em 2006. O ex-presidente teria acordado com o governador que o PT apoiará Cabral, com a contrapartida de indicar um nome para concorrer ao Senado na mesma chapa.

Na última semana, Costa esteve com Câmara e, após a reunião, disse à Fórum que “o PT não tem interesse me promover um ruptura” na Frente Popular de Pernambuco. “Estamos defendendo nosso nome, legitimamente, junto à Frente Popular. A possibilidade de haver um racha não existe. A proposta não é essa. A proposta é, pelo convencimento, chegar a um nome capaz de levar a frente popular a um resultado melhor possível”, pontuou.

Discussões sobre outros estados

O PSB já decidiu apoiar candidaturas do PT em 4 estados: Bahia (Jaques Wagner), Sergipe (Rogério Carvalho), Piauí (Rafael Fonteles) e Rio Grande do Norte (Fátima Bezerra). Além disso, a legenda oferecerá palanques ao PT em Alagoas e no Maranhão.

O PT, por sua vez, deve apoiar candidatos do PSB, além de Pernambuco, no Rio de Janeiro (Marcelo Freixo) e Espírito Santo (Renato Casagrande).

O principal impasse entre as duas legendas está em São Paulo. No estado, o PT trabalha com a candidatura de Fernando Haddad, enquanto o PSB quer lançar Márcio França. Nenhuma das siglas sinalizam que pretendem abrir mão da disputa.

As duas legendas, nas próximas semanas, devem também tentar um acordo para o Rio Grande do Sul, onde o PT trabalha com a pré-candidatura de Edegar Pretto e o PSB a de Beto Albuquerque.

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