Em uma ampla defesa da Petrobras, Lula (PT) afirmou nesta quinta-feira (3) que, se eleito, vai acabar com a chamada Paridade de Preço Internacional (PPI), política adotada pela estatal a partir do governo Michel Temer (MDB) que elevou o preço dos combustíveis.
"Eu vou dizer para o povo desse Brasil inteiro: nós não vamos manter o preço dolarizado [dos combustíveis]", disse em entrevista a rede de rádios do Paraná.
Líder nas pesquisas de intenção de votos, Lula ressaltou o caráter social da empresa estatal.
"Eu acho que os acionistas de Nova York, os acionistas do Brasil têm o direito de receber dividendos quando a Petrobras der lucro. Mas é importante que a gente saiba que a Petrobras tem que cuidar do povo brasileiro", disse.
O petista ainda explicou de forma didática como a alta dos preços dos combustíveis e de produtos e serviços controlados pelo governo impacta na mesa dos brasileiros.
"Eu não posso enriquecer o acionista americano e empobrecer a dona de casa que vai comprar um quilo de feijão e paga mais caro por conta do preço da gasolina. É importante lembrar que quase 40% da inflação que está dificultando comida chegar à mesa do povo brasileiro são pelos preços controlados pelo governo. É o governo que controla energia, é o governo que controla petróleo, é o governo que controla gás, é o governo que controla óleo diesel. Se o governo tiver coragem, ele pode resolver isso, reduzindo o preço, mas ele não tem coragem".
Na sequência, Lula criticou duramente Jair Bolsonaro (PL), que já disse mais de uma vez que quer se "livrar da Petrobras".
"Sabe o que ele quer fazer? Vender. Porque esse governo não sabe criar. Esse governo não sabe discutir a palavra desenvolvimento, investimento, geração de emprego, aumento de salário, negociação com sindicato. Ele não sabe. Então, vende. É como se você casasse e ficasse desempregado e em vez de procurar outro emprego, limpar fossa, em vez de capinar, você falasse para a mulher: vamos vender nossa televisão, vamos vender nossa geladeira, vamos vender nossa cama, o berço da criança. Isso não é governar. Isso é destruir o patrimônio que você mesmo construiu", afirmou.
Em sua declaração, Lula lembrou que o país é autossuficiente em petróleo, mas que a política neoliberal adotada a partir do governo Temer fatiou a Petrobras e entregou setores estratégicos, como o refino de combustíveis, para empresas que atendem interesses de grandes petrolíferas controladas pelos EUA.
"Não é possível a gente viver num país autossuficiente, que descobriu a quantidade de petróleo mais extraordinária […] Nosso petróleo do pré-sal é brent, petróleo chique, quase uma gasolina. Porque a gente não utiliza isso para enriquecer esse país. Então pode se preparar que a farra do boi vai acabar", disse Lula, lembrando que hoje cerca de 400 empresas importam gasolina e diesel dos EUA.
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