O deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) declarou, em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta segunda-feira (21), que o processo de construção da federação partidária entre PT e PSB ainda pode se viabilizar. “Não azedou”, resumiu.
O parlamentar afirmou que o ideal era que a questão da federação tivesse sido resolvida antes. “É uma regra nova e precisa ser digerida, com paciência e boa vontade. Por isso, acredito que o melhor seria suspender essa discussão agora e voltar após a janela partidária”, disse.
Zarattini afirmou que PT e PSB também podem se coligar para cargos majoritários. “A federação é um passo mais além, pois significa um compromisso mais logo. Esses quatro anos prejudicam um pouco o entendimento político”, relatou.
Porém, ele está otimista. “As conversas de Lula com Alckmin estão muito boas e a probabilidade maior hoje é que ele seja o vice. Acredito que as articulações caminhem para isso”, avaliou.
“Tem que ter tranquilidade”, diz Zarattini sobre leve crescimento de Bolsonaro em pesquisas
O leve crescimento de Jair Bolsonaro (PL) em duas pesquisas eleitorais não assusta Zarattini. “Tem que ter tranquilidade. Na verdade, há oito meses que o quadro se mostra estável. Pode acontecer que o Bolsonaro tenha mais votos do que aparece nas pesquisas, mas tem muita gente, também, que se envergonhou de ter votado nele em 2018”, destacou.
“O PT precisa se preparar para o jogo, fazer a luta política. Devemos denunciar o que esse governo fez no Brasil. Mostrar, também, quem é, de verdade, esse ‘Bolsonarozinho’, que é o Sergio Moro (Podemos)”, acrescentou o deputado.
Zarattini foi o autor do projeto que criou o Vale-Gás, que está sendo utilizado por Bolsonaro como sendo uma iniciativa do governo.
“O Vale-Gas pode dar voto para o Bolsonaro. O PT tem que aprender a divulgar mais o que faz. Mesmo correndo esse risco, tínhamos que fazer uma lei para ajudar as famílias mais pobres”, ressaltou.
“Essa política de preços da Petrobras é absurda. Em 2021, a empresa teve R$ 63 bilhões de dividendos, sendo R$ 40 bi para acionistas privados, dos quais R$ 28 bi para os estrangeiros e R$ 12 bi para acionistas nacionais”, apontou.
Revisão da Lei de Cotas abre um “debate importante”
Questionado sobre em que estágio se encontra, os debates a respeito da Lei de Cotas, Zarattini disse que se trata de uma discussão importante.
“A lei prevê que, após dez anos, deve ser revisada. Há uma parte da direita, inclusive com o Kim Kataguiri, que defende o fim da cota racial. É inadmissível, pois é uma política antirracista efetiva. Esse debate vai começar”, afirmou.
Assista à entrevista na íntegra: