À vontade ao lado do ditador da Hungria, Viktor Orbán, a quem chamou de "irmão", Jair Bolsonaro (PL) repetiu o tema fascista sobre "Deus, Pátria, Família", acrescentando liberdade, em seu discurso de recepção no país. As palavras usadas pelo fascismo italiano foram importadas para o Brasil pela Ação Integralista e também foi usada pela Ditadura de Salazar em Portugal, que durou de 1933 a 1974.
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"É uma satisfação muito grande estar na Hungria. Considero seu país nosso pequeno grande irmão. Pequeno se levarmos em conta as nossas diferenças nas respectivas extensões territoriais. E grande pelos valores que nós representamos, que pode ser resumido em quatro palavras: Deus, Pátria, Família e Liberdade", disse Bolsonaro.
O brasileiro ainda enfatizou a "defesa da família bem estruturada", que "faz com que a sociedade se torne sadia".
"Comungamos também da defesa da família com muita ênfase. Uma família bem estruturada ela faz com que a sua respectiva sociedade seja sadia. Não devemos perder esse foco", afirmou.
Ao final, Bolsonaro voltou a tratar o ditador como "irmão". "Prezado Orbán, trato como irmão, dada a afinidade que temos na defesa dos nossos povos".
O brasileiro ainda atacou outros países da Europa, dizendo que eles propagam dados "distorcidos" sobre o desmatamento da Amazônia.
"Muitas vezes as informações sobre esta região chegam para fora do Brasil de forma bastante distorcida, como se nós fossemos os grandes vilões na preservação da floresta e sua destruição, coisa que não existe. Preservamos 63% do nosso território e não se encontra isso em praticamente nenhum outro país do mundo. Nós nos preocupamos até mesmo com reflorestamento, coisa que não vejo nos países da Europa como um todo".
Após sinalizar que teria evitado uma guerra na Ucrânia após encontro com Vladimir Putin, na Rússia, Bolsonaro disse que tocou no tema com Orbán.
"Trocamos informações sobre uma possibilidade ou não de uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Passei para ele o meu sentimento que tive dessa viagem, até mesmo pela coincidência de ainda estarmos em voo para Moscou e, parte das tropas russas serem desmobilizadas na fronteira. Entendo, sendo coincidência ou não, como um gesto de que a guerra realmente não interessa a ninguém", afirmou, pulverizando a tese propagada em grupos bolsonaristas.