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PSOL está querendo fazer aliança e os 12 pontos nos ajudam, diz dirigente do PT

O PSOL apresentou nesta quarta-feira propostas para a unidade das esquerdas; em entrevista ao Jornal da Fórum, Cantalice disse que vê disposição para construção com Lula

Lula em encontro com Guilherme Boulos, do PSOL.Créditos: Ricardo Stuckert
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Alberto Cantalice, dirigente nacional do PT e diretor da Fundação Perseu Abramo, afirmou nesta quarta-feira (16) em entrevista ao Jornal da Fórum que os 12 pontos apresentados pelo PSOL para a negociação com o ex-presidente Lula (PT) são bons e ajudam a construção da aliança. Segundo ele, há uma grande convergência nas propostas com a pauta petista e isso ajuda a garantir que o programa de Lula traga pontos mais à esquerda.

"A lógica que o Lula está implementando é de uma aliança da esquerda para o centro. E se é da esquerda para o centro tem que estar no programa as propostas da esquerda. Muitos dos pontos que o PSOL apresenta são bandeiras que nós trabalhamos juntos no último período contra o Temer e Bolsonaro", afirmou Cantalice em entrevista ao jornalista Miguel do Rosário, no Jornal da Fórum. Cantalice coordena os comitês populares que o PT está construindo junto a movimentos sociais.

"Acho que a apresentação desses pontos dá um passo adiante. E em aliança política também tem uma coisa: quando você quer fazer a aliança, você facilita; quando não quer, dificulta. Neste caso, você vê claramente que o PSOL está querendo fazer uma aliança. E isso até nos ajuda para negociar com outros partidos mais ao centro", completou o dirigente petista.

Cantalice ainda se mostrou otimista com a construção dos comitês populares. "A meta de 5 mil comitês é uma proposta tímida. PT vai bater essa meta rapidamente. O objetivo desse comitê é chegar na área popular", afirmou.

Assista à entrevista de Cantalice ao Jornal da Fórum:

PSOL lança plataforma com propostas para unidade das esquerdas

O PSOL apresentou nesta quarta-feira (16) a plataforma "Direito ao Futuro", onde foram apresenta foram elencadas 12 propostas centrais para nortear as discussões que o partido pretende fazer com o conjunto das esquerdas. Na última sexta-feira, o partido definiu a formação de uma comissão que irá negociar a possível adesão do PSOL ao ex-presidente Lula (PT) e o programa de governo que será apresentado nas eleições de outubro.

Os três principais itens programáticos que baseiam as propostas do PSOL para reconstruir o Brasil são a revogação das medidas implementadas após o golpe de 2016 (reforma trabalhista, reforma da previdência e Teto de Gastos); o enfrentamento à crise climática com medidas para financiar a transição energética, defesa de um novo modelo de desenvolvimento da Amazônia, desmatamento zero, garantia de direitos aos povos indígenas, tradicionais e quilombolas; e a proposição de uma reforma tributária que diminua a taxação no consumo de bens essenciais e populares e foque na taxação de renda e propriedade, incluindo a criação de impostos dos super-ricos/bilionários.

Nos itens destacados pelo partido também está a retomada do controle da Petrobras e 

Conheça as 12 propostas centrais que o PSOL apresentou nesta quarta

1 – Revogação das medidas implementadas após o golpe de 2016

Fim da reforma trabalhista, da reforma da previdência, do Teto de Gastos e outras medidas de desmonte de órgãos públicos, como o Ibama e a Funai, por exemplo.

2 – Enfrentamento à crise climática

Financiamento de transição energética, um novo modelo de desenvolvimento da Amazônia, desmatamento zero, respeito à natureza e garantia de direitos a povos indígenas, tradicionais e quilombolas, utilizando empresas públicas como a Petrobras e a Eletrobras para pesquisa e desenvolvimento de novas matrizes energéticas.

3 – Reforma Tributária em que os pobres paguem menos e os ricos paguem mais

Diminuição da taxação no consumo de bens essenciais e populares e foco na taxação de renda e propriedade, incluindo imposto sobre super-ricos/bilionários. Um amplo e robusto programa de transferência de renda para reduzir desigualdades no Brasil.

4 – Democracia direta, participação popular, transparência de gestão e combate à corrupção

Medidas concretas para promover maior controle e participação social nas decisões do Estado brasileiro, promovendo maior transparência na gestão pública e combatendo a corrupção diariamente.

5 – Aumento real do salário mínimo

Recomposição da renda de trabalhadores, aposentados e pensionistas. Políticas para reduzir a jornada de trabalho sem reduzir salários, com isso promovendo a criação de novos empregos, além de um programa de renda para o trabalho doméstico.

6 – Retomada do controle público da Petrobras

Interromper medidas de privatização da empresa, promoção de uma política energética voltada à soberania nacional e mudança da atual política de preços dos combustíveis.

7 – Mais dinheiro para promover direitos sociais

Ampliação do orçamento para saúde, educação, habitação, cultura e mobilidade, recuperando os níveis de investimentos em relação ao PIB anteriores ao golpe de 2016.

8 – Reforma agrária agroecológica e reforma urbana já!

Desenvolvimento de um novo modelo de ocupação e uso da terra urbana e rural, centrado na reforma agrária agroecológica, com políticas de abastecimento e fortalecimento da CONAB para combater a fome, alcançar soberania alimentar e fortalecer a luta por moradia com políticas de estímulo à reforma urbana.

9 – Democratização da comunicação

Controle social sobre os monopólios da grande mídia, democratizando o acesso à informação, fomentando a comunicação comunitária e a expansão do acesso à internet de forma pública e gratuita a quem mais precisa.

10 – Mais direitos para as mulheres

Reconhecimento da maternidade como trabalho, inclusive no cálculo da aposentadoria, defesa dos direitos reprodutivos das mulheres e combate à violência de gênero.

11 – Combate à violência policial e ao super-encarceramento da população negra

Enfrentar o racismo estrutural no Estado, nas empresas e em organizações sociais.

12 – Políticas contra a LGBTIfobia

Promoção da diversidade sexual e de gênero, inclusive nas políticas habitacionais e de educação. Fortalecimento da atenção à saúde da população LGBTI+, com ênfase no processo transexualizador, na política de HIV/AIDS e de saúde mental, com ações setoriais LGBTI no Ministério de Direitos Humanos.