As pré-candidaturas à presidência da República de João Doria (PSDB) e Simone Tebet (MDB) podem ser abandonadas por seus respectivos partidos em prol de uma federação que uniria PSDB, MDB e União Brasil.
Os presidentes das siglas se reuniram nesta terça-feira (15) em Brasília e trataram da possibilidade de retirar os nomes de Tebet e Doria da disputa presidencial para construir uma candidatura única.
"As três candidaturas estão postas aqui submetidas à autoridade desse conjunto de forças políticas. As candidaturas são legítimas, mas a partir desse momento, quando todos nós trabalhamos pela convergência de uma candidatura única, elas estão submetidas à autoridade de um consenso construído pelas forças políticas", disse Bruno Araújo, presidente do PSDB.
À Folha, o presidente do PSDB declarou estar "devidamente autorizado" pelo governador de São Paulo, João Doria, a submeter a candidatura do tucano aos acordos em torno de uma possível federação.
"Demos um passo de maturidade relevante. Existe uma clara disposição dessas forças políticas de construir um projeto para que possamos apresentar uma candidatura que torne viável ao conjunto dessas forças furar o cerco da polarização que não faz bem ao país", declarou Bruno Araújo.
União de forças
Por sua vez, o presidente do União Brasil, Luciano Bivar (PE), disse que a reunião serviu para "solidificar as confluências" entre os três partidos. Na mesma linha de raciocínio, seguiu o presidente do MDB, Baleia Rossi.
"Nossa ideia é dialogar para buscar no futuro uma união desse centro democrático para dar ao povo brasileiro uma alternativa aos extremos, para essa briga que faz com que o país não de mais oportunidades para população", declarou Rossi.
Todavia, as legendas ainda não encontraram um consenso sobre a retirada das candidaturas de Tebet e Doria. A previsão dos dirigentes partidários é que até a primeira quinzena de março tal decisão seja tomada.
Caso a federação com MDB, PSDB e União Brasil não dê certo, as siglas podem se unir em torno de uma única candidatura e é aqui que a candidatura de Doria pode ser abandonada por completo.
Candidatura palatável
Até agora, os presidenciáveis Simone Tebet (MDB) e João Doria (PSDB) não avançaram nas pesquisas. De acordo com o último Datafolha, a emedebista tem 1% e o tucano 4%.
Além disso, alguns líderes locais do PMDB pretendem apoiar a candidatura de Lula (PT). E o União Brasil não pretende apoiar Moro (Podemos) nem Bolsonaro (PL), mas querem se aliar a uma candidatura mais "palatável", forma como foi classificada uma possível chapa com Simone Tebet.
Por fim, existe uma pressão dentro do PSDB para que Doria renuncie a sua candidatura em prol de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul que foi derrotado pelo governador de São Paulo nas prévias do partido para escolher o seu nome à disputa do Palácio do Planalto.
Durante as prévias, João Doria afirmou que toparia sentar-se para negociar com outras legendas e que poderia renunciar a sua candidatura, promessa que muitos tucanos duvidam que seja cumprida.
Com informações da Folha de S. Paulo