O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usou as redes sociais nesta quarta-feira (16) para exaltar o pai, o presidente Jair Bolsonaro (PL), como "um dos poucos" líderes mundiais respeitados no mundo. O clã presidencial tem tentado emplacar a narrativa mentirosa de que Bolsonaro - pária internacional - teria tido algum papel na amenização dos conflitos entre Rússia e Estados Unidos na Ucrânia.
"Difícil mascarar a realidade chamando Presidente Jair Bolsonaro de párea ou isolado na comunidade internacional… A verdade é que Bolsonaro é um líder respeitado no mundo, um dos poucos", escreveu o deputado federal.
Durante a visita a Rússia, o Kremlin obrigou o presidente a ficar isolado em hotel até encontrar o presidente Vladimir Putin e ainda fez Bolsonaro participar de cerimônia de homenagens aos soldados da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). O evento faz parte do cerimonial russo, mas não deixa de ser curioso o presidente de extrema-direita prestar honrarias aos combatentes comunistas.
O governo russo ainda exigiu que Bolsonaro fizesse cinco testes para verificar se ele estava com Covid-19 e pediu uma diminuição na comitiva presidencial. No encontro com Putin, inclusive, só participaram os presidentes e um tradutor.
Mesmo com todo esse rígido protocolo, o presidente brasileiro tentou posar de salvador da pátria na questão da Ucrânia. Putin anunciou a retirada de soldados da fronteira pouco antes de Bolsonaro chegar ao país, mas o bolsonarismo tentou dar um outro tom à situação.
Em entrevista concedida nesta quarta, inclusive, Bolsonaro deu a entender que ele teve algum papel na amenização do conflito. “A leitura que eu tenho do presidente Putin é que ele é uma pessoa que também busca a paz... E qualquer conflito me interessa... Não interessa pra ninguém no mundo... Mantivemos nossa agenda, por coincidência ou não, paz nas tropas... Deixaram a fronteira... E pelo que tudo indica, a grande sinalização... O caminho para solução pacífica se apresenta no momento para Rússia e Ucrânia”, disse o Bolsonaro, com ar blasé, mas salientando que há possibilidade dele ter sido o “pacificador” do conflito.