O deputado federal Alencar Santana (PT-SP) foi escolhido nesta quarta-feira (16) como novo líder da Minoria na Câmara. O parlamentar, que vai representar a bancada de PT, PSB, PDT, PCdoB, PSOL e Rede, substitui o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), que ocupou o posto no último ano.
Alencar, que teve o nome escolhido por unanimidade, disse que a luta e a resistência que se apresentaram nos últimos tempos “pavimentou” uma unidade política da oposição contra Bolsonaro. “É uma unidade em torno da democracia e de que a gente possa resgatar direitos, a dignidade do nosso povo. Então acho que o sentimento é esse de todos os partidos da oposição”, afirmou.
“Aqui nós temos que estar cada vez mais unidos, mais fortes, firmes na resistência para segurar essa pauta destrutiva do governo Bolsonaro que apresentou uma pauta imposta e publicada no diário oficial de projetos que se a gente observar bem não tem nada ali que interessa ao nosso povo. E nós sabemos que o projeto de Bolsonaro é autoritário, é um projeto fascista e entreguista”, completou o novo líder da Minoria.
Ao de despedir do posto no plenário da Câmara, Freixo cumprimentou o sucessor e pediu que a unidade da oposição se reflita nas urnas e nas ruas e apostou que esse será o último ano dos partidos progressistas na Minoria e na Oposição. "A partir do ano que vem, estaremos na liderança da Maioria e do Governo porque nós vamos ganhar essa eleição", afirmou.
Minoria contra a privatização da Eletrobras
O novo líder da Minoria apontou como um dos desafios da oposição a luta contra a privatização da Eletrobras, processo que avançou no Tribunal de Contas da União (TCU) na terça-feira. Por 6 votos a 1, o tribunal definiu preços e outorgas em um cenário favorável à proposta de privatização do governo Jair Bolsonaro. O único ponto de discordância foi o valor. Enquanto o Ministério da Economia, de Paulo Guedes, queria realizar a venda da estatal por R$ 67 bilhões, o TCU elevou a quantia para R$ 130 bilhões.
“Nós da oposição vamos contestando judicialmente o porquê dessa aprovação pelo TCU de algo que está claro, e o próprio tribunal detectou o enorme prejuízo de bilhões de reais, mais de R$ 60 bilhões ao povo brasileiro. O povo perde agora e vai perder depois, porque com certeza nós teremos o aumento na conta de energia”, alertou.
O líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (PT-MG), comentou sobre a Eletrobras ao celebrar a escolha de Alencar. "O papel e a liderança do deputado Alencar Braga vai ser fundamental. Para quê? Para ter uma pauta conjunta. Hoje nós decidimos que os partidos de oposição e da minoria vão à Justiça a partir do relatório do relator-revisor do TCU, ministro Vital do Rego, que aponta o prejuízo para o País, ao patrimônio brasileiro, à soberania nacional. Então nós vamos agir juntos”, declarou.
Lula e líder da Minoria no Senado criticam privatização da Eletrobras
O ex-presidente Lula criticou a privatização da Eletrobras nesta quarta-feira (16) e fez um apelo aos empresários para que não embarquem "nesse arranjo esquisito". "Eu espero que os empresários sérios que querem investir no setor elétrico brasileiro não embarquem nesse arranjo esquisito que os vendilhões da pátria do governo atual estão preparando para a Eletrobrás, uma empresa estratégica para o Brasil, meses antes da eleição", escreveu o líder petista.
A autorização do TCU também foi criticada pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN), líder da Minoria e presidente da Frente Parlamentar da Energia. "É inadmissível a venda de um patrimônio tão importante para a população brasileira no apagar das luzes de um governo incompetente e medíocre", disse o senador à Fórum
No plenário do Senado, o parlamentar, que é relator de propostas ligadas a essa área, ainda incluiu a venda da Eletrobras no rol de privatizações "totalmente desnecessárias, equivocadas e até mal-intencionadas e criminosas".