Em reposta a Márcio França (PSB), que em entrevista ao Fórum Onze e Meia topou decidir a candidatura por meio de pesquisas de intenção de votos, Fernando Haddad (PT) sugeriu prévias entre os partidos que vão compor a federação em torno de Lula (PT) para definir o candidato ao governo de São Paulo.
"Foi sugestão de Márcio França [a definição pela liderança nas pesquisas], eu dei outra sugestão, de prévias envolvendo todos os partidos que pretendem se federar. A impressão que dá é que está querendo se ganhar tempo apenas em virtude que a janela [partidária] é em março e há muita instabilidade", disse o petista em entrevista nesta terça-feira (15) ao portal Uol.
Assim como Lula, que pretende lançar a chapa para disputa presidencial com Geraldo Alckmin (Sem partido) ainda em março, Haddad também quer definir o candidato à disputa ao governo paulista antes da janela partidária, que se fecha em abril.
"O mais importante é saber quem tem efetivamente condições de ir ao segundo turno para disputar com a direita e extrema-direita, tanto o governo estadual como o federal", afirmou o petista.
Haddad ainda afirmou que caso não se feche acordo sobre a federação, tanto ele, quanto França podem sair candidatos ao governo estadual.
"Não há necessidade de ceder, nunca pediríamos para o Márcio França abrir mão de sua candidatura. Em caso de federação, a federação estabelece os critérios para escolher o representante. Mas, em caso de não federação, estamos mantendo conversas normalmente".
Pesquisas
Ao Onze e Meia, França sugeriu as pesquisas para definição do candidato, dizendo que "embora nem sempre seja um critério muito justo, ela é um critério".
Embora a pesquisa nem sempre seja um critério muito justo, ela é um critério. E aí, então, esse é o critério. Coloca todos os nomes dos candidatos atuais e o meu nome. E aí vai dar um número. Coloca todos os nomes e coloca o nome do Haddad. Vai dar outro número. Quem estiver melhor colocado tem a prerrogativa de poder escolher primeiro", declarou.
O PSB, partido de França, e o PT, vêm negociando palanques nos estados e São Paulo é uma das unidades da federação que esse acordo ainda não foi definido. Recentemente o PT, por exemplo, abriu mão da candidatura do senador Humberto Costa (PT-PE) ao governo de Pernambuco para apoiar o nome indicado pelo PSB, que é o do deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE).
"O combinado está sendo feito. Nos estados que governamos, nós indicamos. Nos estados que o PT governa, o PT indica. E nos estados que houver uma divergência mais consistente, vamos ter algum tipo de avaliação", disse França, adicionando, ainda, que defende incluir o nome de Guilherme Boulos (PSOL), que também é pré-candidato ao governo paulista, nas conversas sobre o acordo com o PT.