Professor de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor acadêmico do Instituto Brasil-Israel, Michel Gherman, afirmou que o Brasil se tornou em uma "Disneylândia do Nazismo" com a ascensão de Jair Bolsonaro (PL) e que as declarações de Bruno Aiub, o Monark, no Flow Podcast são consequências disso.
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“A gente elegeu um presidente da República com profundas conexões com o nazismo, a gente elegeu um presidente da República que tinha um ideólogo muito vinculado ao nazismo, o Olavo de Carvalho. A pergunta que temos que fazer é: como chegamos até aqui? Como nos transformamos em uma Disneylândia do nazismo, com pessoas vindo para o Brasil para fugir das punições na Alemanha?”, indagou em entrevista à TV 247.
Gherman defende o aprofundamento do que provocou a naturalização do discurso nazista no país em vez de simplesmente cancelar Monark.
“Nesse sentido, a gente não pode cair na asneira de entender que o problema do Brasil em relação ao nazismo é o Monark. Não é. O Monark é consequência de um problema muito maior que normalizou, regularizou, produziu o nazismo como alguma coisa aceitável, tolerável no Brasil, com todas as leis contra o nazismo e supostamente afetando a liberdade de expressão dos nazistas. O Brasil é o país no mundo que mais tem crescimento da extrema direita, de grupos antissemitas e neonazistas. A gente não chegou até aqui à toa. A gente chegou até aqui, principalmente, colocando pessoas no poder que regularizam o nazismo, normalizam o nazismo, seja o presidente da República, o secretário de Cultura, o presidente da Fundação Palmares ou o deputado federal. Monark é sintoma, não é causa”, afirmou.