Enquanto Jair Bolsonaro (PL) seguia calado em evento com militares no interior paulista, o ministro da Economia, Paulo Guedes esteve reunido por 1h30 na manhã desta quinta-feira (8) em Brasília com Fernando Haddad, que deve assumir a pasta - que será desmembrada em três - a partir de 1º de Janeiro, com a posse de Lula na Presidência da República.
"O plano geral de voo foi tratado com ele [Guedes] tanto daquilo que ele entende que está pegando ao país, quanto aquilo que pretendemos fazer a partir do ano que vem. Uma conversa muito importante porque você garante que muitos projetos tenham continuidade", disse Haddad.
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O futuro ministro da Fazenda, que deve ser anunciado por Lula nos próximos dias, disse, no entanto, que o rombo que pode chegar a R$ 400 bilhões nas contas públicas e nem os cortes orçamentários que estrangulam áreas como Saúde e Educação não foram tratados neste primeiro encontro.
"A gente precisa sentar com os secretários das pastas para que a gente saiba a rotina de trabalho, as agendas que estavam em curso, o que foi entregue, quais eram as perspectivas futuras de cada secretaria, o que precisa ter continuidade, a matriz de risco sobre problemas que possam ser encontrados no começo do ano", disse a jornalistas que aguardavam na saída do Ministério da Economia.
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O trabalho de transição na economia será retomado na próxima terça-feira (13) com reuniões da equipe de transição com secretários da pasta e órgãos como o Tesouro e a Receita Federal.
Na ocasião, Haddad já deve ter sido oficializado por Lula como ministro da Fazenda.
Haddad ainda se mostrou confiante na aprovação da PEC da Transição na Câmara, após passar pelo Senado. A votação acontece na próxima semana.
Fuga do país
A reunião com Haddad deve acalmar Guedes que, segundo aliados próximos, tem tido chiliques e ameaçado deixar o país por não ter o "reconhecimento que merece".
"Vou deixar isso aqui e quem vai ficar com o problema são vocês", repete Guedes, segundo a colunista d'O Globo Bela Megale, que ressalta, no entanto, que aliados próximos dizem que a ameaça de deixar o país não passa de mais uma bravata do neoliberal.