A melancolia e o dramalhão de Jair Bolsonaro (PL) parecem não ter fim após a derrota sofrida nas urnas para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ainda chefe de Estado de extrema direita desapareceu dos olhos do público após a confirmação de que não terá um novo mandato, anda literalmente chorando nas poucas aparições que fez e andou até doente fisicamente, o que gerou um quadro de ‘pobre coitado sofredor’ para seus fanáticos seguidores, embora o outrora bufão e inclemente presidente fizesse piada com mortos pela Covid-19, sem nunca ter derramado sequer uma lágrima.
No clima de fim de feira e largado na sarjeta da política, assistindo a Lula construir seu futuro governo, Bolsonaro passou a alimentar uma fé maluca de que será possível um último ato público triunfal antes de pegar suas malas, sair do Palácio da Alvorada e embarcar diretamente para o lixo da História.
O futuro ex-presidente está apostando todas as fichas na vitória da seleção brasileira na Copa do Catar. Na cabeça dele, dos filhos e do séquito bajulador mais próximo, a conquista do Hexa abriria as portas de uma alegria esfuziante para o povo. E é aí que ele entra e tira proveito.
O plano é receber a equipe campeã do mundo, que se vencer terá conquistado um triunfo que não ocorre há 20 anos, desde o Penta, em 2002, no Japão e na Coreia do Sul. Ainda que por alguma razão não seja possível o comparecimento de toda a delegação, inclusive com a presença da cartolagem da CBF, Bolsonaro quer, de alguma forma, realizar uma recepção para Neymar e a taça. Ele imagina que, com o astral elevado e com o nome do jogador sendo aclamado por conta do título, poderia surfar um bom momento com o jogador o enaltecendo e o homenageando, dedicando ao extremista a façanha do Hexa.