Em entrevista a Mauro Lopes, no Fórum Café desta segunda-feira (5), a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) afirmou que não ocupará o posto de "autoridade climática" no governo Lula (PT). O anúncio da decisão deixa apenas uma opção para a ambientalista na próxima gestão: voltar ao Ministério do Meio Ambiente, pasta que comandou entre janeiro de 2003 e maio de 2008, nos dois primeiros mandatos do petista. Caso não vá para a pasta, ela vai liderar os ambientalistas no Congresso.
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Segundo Marina, a proposta dela de se criar a figura de autoridade climática, que atuará de forma transversal entre os ministérios, é de que seja de "natureza técnica".
"A Autoridade Climática é uma autoridade de natureza técnica. Eu sei que entendo muito de meio ambiente naquilo que é a vivência, mas sou também uma figura política. E você não tem um ministro da Economia dizendo: eu com minha assessoria política decidi qual a taxa de inflação. A autoridade climática terá que ter esse papel técnico até para não ter um questionamento de de natureza política ou ideológica", explicou.
Entre os nomes técnicos que ventilam para o cargo está o de Ricardo Galvão, que foi demitido da direção do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) por defender a ciência no governo Jair Bolsonaro (PL), e do cientista Carlos Nobre, referência mundial em estudos sobre o aquecimento global.
Marina Silva ressaltou, no entanto, que os detalhes sobre o cargo e o nome que deve ocupá-la cabem apenas a Lula.
"Quando um setor estiver na berlinda - 'é porque fulano não gosta da Agricultura, da energia, do transporte' -, é uma autoridade técnica, e obviamente que técnicos têm compreensão política e políticos têm compreensão e conhecimento técnico. Mas, o que posso dizer é que para o desenho que eu pensei não seria isso. Até porque teria um locus adequado para essa autoridade - e essa é uma decisão do presidente da República. A escolha é o presidente que vai fazer", afirmou.