O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem mantido em sigilo o nome de seus auxiliares de primeiro escalão do próximo governo. O que ele próprio disse na coletiva é que pode dar início aos anúncios dos ministros, que serão feitos em blocos, já na semana que se inicia em 5 de dezembro. Mas também há possibilidade de a informação só ser dada após a diplomação da chapa Lula-Alckmin no TSE, que acontece em 12 de dezembro.
A Revista Fórum apurou porém que alguns nomes já foram convidados e aceitaram, mas foram orientados a manterem o anúncio guardado à ocasião que o presidente Lula julgar conveniente divulgar. Sempre que os cotados são questionados, a resposta é unânime: "quem escala o time, é o técnico, temos que esperar por ele". Além desses, em alguns ministérios há dois ou três nomes dos quais um deve ser o escolhido. Fórum traz uma lista dos prováveis ministérios, autarquias, bancos públicos e seus respectivos chefes. São eles:
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Advocacia-Geral da União - Jorge Rodrigo Messias e Luiz Carlos Rocha (Rochinha) são os mais prováveis. Messias é o tal “Bessias” da gravação da conversa entre Lula e Dilma que foi realizada de forma ilegal por Sergio Moro e levou Gilmar Mendes a impedir a posse do ex-presidente na Casa Civil. E Rochinha é o advogado que visitou Lula nos 580 dias na prisão e que neste período se tornou grande amigo do presidente.
Agricultura - Os senadores Neri Geller (PP) e Carlos Fávaro (PSD), e correndo por fora, a ex-senadora Kátia Abreu. Neri Geller é aliado de primeira hora de Lula e indicação de Dilma. Fávaro é o nome de Kassab para fechar o apoio a Lula. E Kátia Abreu que também é muito amiga de Dilma é considerada de extrema confiança pela lealdade que teve no impeachment, em 2016 e pode se tornar uma escolha pessoal do presidente.
Autoridade Climática - Lula não falou da criação deste ministério como secretaria especial, mas há muitos comentários em torno disso. Se vier a acontecer, Marina Silva, Izabella Teixeira e Jorge Vianna são cotados. Marina Silva é favorita e teria interesse no cargo. Fora isso, Izabella é o nome mais forte. E Jorge Viana, que já foi senador e governador do Acre, corre por fora.
Caixa Econômica Federal - Maria Fernanda Coelho é a aposta dos petistas e dos sindicalistas para o cargo. Ela já foi presidenta do banco de 2006 a 2011.
Casa Civil - Rui Costa (PT), ex-governador da Bahia, já deve inclusive ter sido convidado. Lula quer um político, mas de perfil gestor na pasta.
Desenvolvimento Social - Simone Tebet era dada como nome certo, mas o grupo majoritário do PT, a articulação, colocou a pasta como uma das suas prioridades na lista entregue a Lula. De qualquer maneira, tudo indica que a pasta ficará com a candidata a Presidência pelo MDB.
Cidades - Se o PSOL for para o governo, Boulos tem chances de assumir a pasta. Márcio França (PSB) e o MDB também miram este ministério. Se for para o MDB quem deve assumir é José Priante (PA), ligado a Helder Barbalho ou Isnaldo Bulhões (AL), de Alagoas.
Ciência e Tecnologia - A pasta deve ficar com o PSB. Os nomes de Paulo Câmara e Márcio França por este motivo podem ser indicados pelo partido, já que são líderes fortes da legenda. Mas também há a possibilidade de algum nome mais técnico.
Comunicações e Secom (juntos ou divididos é a grande questão) - Edinho Silva e Rui Falcão que coordenaram a campanha de Lula na área eram os mais citados. Nesta sexta, porém, surgiu o nome do deputado Paulo Pimenta (RS) como alternativa. O MDB também poderia ir para o pedaço do Minicom se porventura o ministério for dividido.
Cultura - Jandira Feghali e Daniela Mercury são as mais prováveis ministras. Juca Ferreira corre por fora. Jandira é o nome do PCdoB para o ministério, por isso é o mais forte. Mas o grupo mais ligado a Janja defende Daniela Mercury, que no entendimento deles teria um perfil mais Gilberto Gil do 3º mandato.
Defesa - José Múcio ou Nelson Jobim; Múcio é o favorito, inclusive por ter sido indicação de Jobim. Mas, se houver muita resistência no campo mais progressista à sua indicação, o nome de Jobim pode voltar à baila.
Desenvolvimento Agrário - Valmir Assunção é o mais cotado, sua base de atuação é pelo MST. Este ministério certamente ficará com o PT que busca ampliar suas funções.
Direitos Humanos - Silvio Almeida ou Carol Proner. Ambos são nomes fortes inclusive para outras funções no governo. E quem ficar fora dos Direitos Humanos, se porventura aceitar assumir outro cargo, será convidado.
Educação - Izolda Cela, atual governadora do Ceará, é o nome mais forte, mas depende da bancada do seu estado para ser indicada. Como está sem partido, principalmente o PT local e o senador Camilo Santana, em especial, precisariam adotá-la como indicada. O ex-deputado federal Gabriel Chalita, nome de confiança do vice Alckmin, também é cotado.
Esporte - Raí é o nome que tem sido cogitado. Edinho Silva, que é cotado para a Comunicação, corre por fora no campo progressista, mas a pasta pode vir a ser usada para abrigar novos aliados.
Fazenda - Fernando Haddad é nome certo na pasta e já teria sido convidado por Lula.
Gabinete de Segurança Institucional - Andrei Passos, delegado da Polícia Federal e chefe da segurança de Lula na campanha, é um forte nome. Passos tem boa relação e interlocução com PF e PRF, além de ter sido o articulador do encontro entre o atual ministro da Justiça, Anderson Torres, com coordenadores do grupo de transição de Justiça e Segurança de Lula.
Igualdade Racial - Benedita da Silva, Silvio Almeida, Ieda Leal. O nome de Benedita seria unanimidade no movimento e por isso deve ser o escolhido até como uma homenagem por tudo que Benedita já fez.
Indústria, Comércio e Pequenas Empresas - Josué Gomes, André Ceciliano (PT) e Marcelo Ramos (PSD). O presidente da Fiesp é cogitado e o líder do PT no Rio, Ceciliano, mira neste espaço. Mas a pasta deve ser motivo de negociação com novos aliados e por isso o nome de Marcelo Ramos passa a ter força.
Infraestrutura - Miriam Belchior é citada para a área, mas o ministério pode ir para o PSB (e aí o nome de Márcio França também passa a ser forte) ou para o MDB. E aí neste caso o nome de Renan Filho é o favorito.
Integração Nacional - Camilo Santana, ex-governador do Ceará é citado para o cargo, mas Lula já disse que não quer desfalcar sua bancada no Senado. E por isso pode caber ao Ceará a indicação de Izolda.
Justiça - Flávio Dino é nome certo na Justiça.
Meio Ambiente - Marina Silva só não será ministra do Meio Ambiente se não quiser. E neste caso, Tebet passa a ser uma alternativa forte se o MDB não vier a indicá-la, Randolfe Rodrigues corre por fora.
Minas e Energia - Maurício Tolmasquim e Élbia Gannoum são nomes citados. Mas o ministério deve fazer parte da cota de negociáveis com partidos que virão a integrar a base do governo. O União Brasil, neste caso, deve ficar com a pasta.
Mulher - Anielle Franco é um nome que pode surpreender. Sua indicação teria um papel simbólico e seria um recado ao mundo.
Petrobras - Jean Paul Prates é o nome mais citado para a presidência e tem a preferência do movimento sindical petroleiro e do PT.
Planejamento - Pérsio Arida tem sido cogitado para fazer dobradinha com Haddad.
Povos Originários - Sonia Guajajara é o nome mais forte se o PSOL vier a participar do governo. Mas Célia Xakriabá, Beto Marubo, ou Joênia Wapichana também têm chances.
Previdência Social - A pasta deve estar entre as negociáveis por novos apoios.
Relações Exteriores - Mauro Vieira (nome indicado por Celso Amorim) é o nome mais forte. Mas Aloízio Mercadante também tem chances.
Saúde - Otto Alencar (PSD), Ludimila Hajar, Kalil e Arthur Chioro são citados para o cargo.
Secretaria de Governo - Alexandre Padilha é considerado como nome quase certo. Wellington Dias também era cogitado, mas como Lula não quer desfalcar sua bancada no Senado, Padilha se torna favoritíssimo.
Secretaria-Geral da Presidência - Gleisi Hoffmann era nome dado como quase certo, mas Lula anunciou em reunião na quinta-feira que ela continuará na presidência do PT. O nome de Aloizio Mercadante passa a ser cogitado para a pasta.
Secretaria Nacional de Juventude - Nádia Garcia é a Secretária Nacional de Juventude do Partidos dos Trabalhadores e quem coordena os trabalhos do GT de Juventude no governo de transição.
Trabalho - Carlos Lupi é o nome do PDT para o cargo, mas há resistência na CUT para que o partido de Ciro Gomes fique com a pasta.
Turismo - Marcelo Freixo mira neste ministério e Lula gostaria de contar com ele em sua equipe, mas para isso o PSB teria que aceitá-lo como indicação do partido.
Outras pastas e estatais que ainda não se têm nomes favoritos: Banco do Brasil, BNDES, Controladoria-Geral da União e Pesca.
*correspondente da Fórum em Brasília