O terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa só a partir do próximo domingo (1) mas já causa sentimentos de medo e pavor em bolsonaristas que estão em dívida com a Justiça. No apagar de luzes do governo Jair Bolsonaro (PL), diversos aliados têm nomeado advogados pessoais e aberto mão dos serviços da Advocacia-Geral da União (AGU).
Mesmo com a nova chefia do órgão, que tem status de ministério, ser ocupada por Jorge Messias a partir da próxima semana, os atuais servidores ainda teriam direito a serem defendidos pela AGU. Por lei, a AGU deve defender servidores e ex-servidores em qualquer instância, incluindo o Supremo Tribunal Federal. A única condição é que os atos praticados tenham relação com a função pública do acusado.
Atualmente a AGU defende 39 bolsonaristas no STF, somente em processos advindos da CPI da Covid-19. De acordo com a coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo, a primeira investigada que, com medo do governo Lula, que em campanha prometeu responsabilizar Bolsonaro e os bolsonaristas pelos atos cometidos nos últimos quatro anos, é a Wal do Açaí. Acusada de ser funcionaria fantasma do gabinete de Bolsonaro na Câmara dos Deputados, em período anterior à presidência, Walderice Santos da Conceição abriu mão da defesa gratuita.
Outras personalidades que aparentemente estão assustadas com o novo governo são os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP). Ambos deram indicações de que devem seguir o caminho de Wal do Açaí e nomear advogados pessoais.
“Vou tirar todos os processos da AGU. Confio nas pessoas de carreira, mas chefias pelo ‘Bessias’ da Dilma, não dá. Vou passar meus casos para a Karina Kufa”, afirmou a deputada flagrada armada em perseguição a um jornalista desarmado na véspera do segundo turno das eleições.
*Com informações da coluna de Malu Gaspar, em O Globo.