A Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) está trabalhando com a hipótese de que, pelo menos, seis pessoas estão envolvidas no atentado de Brasília, que tinha o objetivo de impedir a posse do presidente eleito Lula (PT), no dia 1º de janeiro de 2023.
George Washington de Oliveira Sousa, preso pela Polícia Civil no sábado (24), forneceu detalhes da trama que resultou na instalação de uma bomba na área do aeroporto de Brasília e pretendia instaurar o caos.
O terrorista preso é gerente de um posto de gasolina de combustíveis no interior do Pará. Ele relatou, em depoimento à polícia, que, além dele, mais quatro homens e uma mulher tinha conhecimento da fabricação da bomba.
No dia 23, conforme o investigado, uma mulher do acampamento sugeriu a instalação de uma bomba na subestação de energia elétrica de Taguatinga (região administrativa do DF), para “dar início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio”.
“Eu fui ao local apontado pela mulher em Taguatinga em uma Ford Ranger branca de um dos manifestantes do acampamento, mas o plano não evoluiu, porque ela não apresentou o carro para levar a bomba até a transmissora de energia”, destacou George.
Outro participante, segundo o criminoso, identificado como Alan Diego dos Santos Rodrigues, se voluntariou para instalar a bomba em postes. Ele está foragido de Brasília.
Criminoso revelou a outros bolsonaristas do acampamento que tinha explosivos
George revelou aos policiais que contou a outros bolsonaristas do acampamento que tinha explosivos. O material havia sido entregue a ele em Brasília por um fornecedor do Pará. “Eu disse aos manifestantes que tinha a dinamite, mas que precisava da espoleta e do detonador para fabricar a bomba”.
Conforme depoimento, no dia 23, por volta das 11h30, “um manifestante desconhecido” entregou a ele um controle remoto e quatro acionadores. “De posse dos dispositivos, eu fabriquei a bomba”, confessou.
“Eu entreguei o artefato ao Alan e insisti que ele instalasse em um poste de energia para interromper o fornecimento de eletricidade, porque eu não concordei com a ideia de explodi-la no estacionamento do aeroporto. Porém, no dia 23/12/2022 eu soube pela TV que a polícia tinha apreendido a bomba no aeroporto e que o Alan não tinha seguido o plano original”, disse o criminoso.
Na verdade, a polícia só encontrou o explosivo na manhã de sábado (24).
Veja os investigados:
George Sousa - gerente de posto de gasolina no Pará. Admitiu ter fabricado a bomba;
Mulher do acampamento no QG do Exército – autora da ideia de explodir uma subestação de energia em Taguatinga;
Dono da Ranger branca - manifestante acampado no QG do Exército que levou George até o local onde seria instalada a bomba;
Homem do acampamento no QG do Exército - fornecedor dos dispositivos de acionamento da bomba;
Alan Diego dos Santos Rodrigues – integrante do acampamento no QG do Exército foi quem levou a bomba até o aeroporto de Brasília;
Fornecedor dos explosivos - homem que fez o transporte da substância explosiva do Pará para Brasília.
Com informações do Estadão