Os longo quatro anos de isolamento internacional absoluto do Brasil durante o caótico e conflituoso governo de Jair Bolsonaro (PL), enfim, estão acabando. Com o triunfo eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o retorno do petista ao cargo que ocupou por oito anos, do qual saiu há 12, líderes estrangeiros já se alvoroçam para retomar relações com o país e se preparam para desembarcar em Brasília.
Na sexta-feira (23), o diário conservador paulista O Estado de S. Paulo informou que a chancelaria da França prepara, já para o primeiro semestre de 2023, uma visita do presidente Emmanuel Macron a Lula, que ainda não tem data exata para acontecer.
Como prévia para o encontro, Catherine Colonna, ministra dos Negócios Estrangeiros da França virá ao Brasil já em fevereiro e iniciará as tratativas estabelecer os termos em que ocorrerá a visita de Macron a Lula. Na posse do presidente brasileiro, em 1° de janeiro, o Palácio do Eliseu escolheu o ministro-delegado de Comércio Exterior, Atratividade e Franceses no Exterior, Oliver Becht.
A França é um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, ocupando o posto de maior nação estrangeira a empregar brasileiros, com suas inúmeras empresas multinacionais que operam em nosso território, assim como o terceiro país do planeta que mais investe financeiramente no gigante sul-americano.
Bolsonaro e sua conduta odiosa
Durante o quadriênio em que esteve sentado na cadeira de presidente, Bolsonaro e outros integrantes de seu governo tiveram posturas incivilizadas e grotescas em relação à França e, sobretudo, ao presidente Emmanuel Macron.
O chefe de Estado brasileiro se referiu ao seu homólogo gaulês inúmeras vezes, sempre com críticas sem sentido ou com fake news, visto que Macron nunca aceitou qualquer tipo de aproximação com um líder abertamente reacionário e autor de medidas antiambientais claras.
Em setembro de 2019, num evento em Fortaleza (CE), o ministro da Economia Paulo Guedes disse aos participantes reunidos no local, de forma pública, que “a mulher do Macron é feia mesmo”, em referência a Brigitte Macron, de 69 anos. O episódio gerou um mal-estar explícito com as autoridades diplomáticas francesas no Brasil.