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Após longa ficha de “serviços” a Bolsonaro, ex-diretor da PRF recebe “recompensa”

No apagar das luzes do governo que instrumentalizou o órgão para atuar como polícia política, Silvinei Vasques, investigado por bloquear rodovias na eleição, para prejudicar Lula, se deu bem

Créditos: Valter Campanato / Agência Brasil
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Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante boa parte do mandato de Jair Bolsonaro (PF), responsável pela guinada ideológica do órgão e por colocar a instituição num posição de “polícia política” do ainda presidente de extrema direita, que no auge do seu aparelhamento bloqueou rodovias para fazer revistas em eleitores que iam votar no segundo turno da eleição presidencial, obviamente em regiões onde Lula (PT) tem muita força, recebeu uma vantajosa “recompensa” no apagar das luzes da caótica gestão do líder reacionário.

Ele foi aposentado, com direito a salário integral (o mesmo que recebe atualmente na ativa), aos 47 anos, logo após tornar-se réu sob a acusação de improbidade administrativa, num processo que investiga o uso indevido do cargo para atuar politicamente favorecendo Bolsonaro e prejudicando Lula no pleito de outubro. O ex-diretor-geral ainda pediu publicamente, nas redes sociais, voto para Bolsonaro, o que é vetado para funcionários públicos na sua posição.

A decisão pela aposentaria, que teria partido da própria PRF, foi publicada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (23), três dias após a exoneração de Silvinei do cargo de diretor-geral da corporação, assinada por Jair Bolsonaro.

Como entrou na PRF em 1995 e acumulou 27 anos de serviço policial, Silvinei poderá sair de cena recebendo os polpudos vencimentos porque a ele se aplica a regra anterior à da Reforma da Previdência de 2019, que estabelece mínimo de 20 anos de atividade policial, e mínimo de 55 anos de idade, para que o servidor se aposente. Na regra antiga, além das duas décadas trabalhando na polícia, o cidadão precisava ter contribuído mais de 30 anos com a previdência social, o que é o caso do bolsonarista.

Ainda que tenha seguido um trâmite previsto em lei, o Tribunal de Contas da União (TCU) terá um prazo de cinco anos para analisar a aposentadoria concedida a Silvinei, conforme previsão da própria legislação, que visa a coibir fraudes.