A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que é investigada após incitar generais a darem um golpe de Estado, entrou em estado de alerta após operação da Polícia Federal (PF) realizada nesta quinta-feira (15) contra os terroristas bolsonaristas que realizaram ataques no Distrito Federal nesta segunda-feira (12).
Diante de uma nova operação da PF, sob as ordens do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, contra grupos golpistas, Carla Zambelli resolveu articular uma operação que visa derrubar Moraes.
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Segundo informações da jornalista Bela Megale, n'O Globo, com ofensas a Moraes, um grupo de bolsonaristas radicais do PL, liderados por Zambelli e o também deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), voltaram a defender estratégias para colocar em prática um movimento para "ocupar" o Senado.
A estratégia do grupo liderado por Zambelli e Jordy tem por objetivo pressionar os senadores, entre eles o presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que sejam discutidas e votadas pautas que visam minar o poder Judiciário. Também está no pacote o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes.
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Testemunhas da reunião relataram à jornalista Bela Megale que a deputada Carla Zambelli voltou a defender um golpe de Estado, coisa que a parlamentar já fez em vídeo publicado nas redes.
Apesar do ímpeto de Zambelli por um golpe de Estado e pela derrubada de Alexandre de Moraes, a tese não possui consenso no PL.
Por fim, o grupo liderado por Carla Zambelli quer cobrar do Senado um posicionamento em sua defesa após o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves, abrir nova investigação contra Bolsonaro e seus apoiadores. A investigação é motivada por ataques ao sistema eleitoral e suposta distribuição ilegal de benefícios financeiros durante a disputa eleitoral.
Alexandre de Moraes ordena e PF cumpre 80 mandados contra terroristas bolsonaristas
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ordenou e a Polícia Federal (PF) cumpre nesta quinta-feira (15), mais de 80 mandados de busca e apreensão e de prisão contra envolvidos em manifestações antidemocráticas, incluindo bloqueios em rodovias e manifestações em quartéis, em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Além dos mandados, também foram autorizados bloqueio de contas e quebra do sigilo bancário dos investigados. A PF tenta localizar fontes de financiamento dos atos, acampamentos, bloqueios em rodovias e depredações ocorridas na última segunda-feira, em Brasília.
Carla Zambelli vira alvo de nova ação no STF após incitar generais ao golpe
A ação foi motivada por um vídeo divulgado pela deputada, nesta quarta-feira (30), no qual ela se dirige a generais de quatro estrelas e pede que os militares promovam um golpe no país para evitar a posse do presidente eleito Lula (PT).
No texto da representação, os petistas pedem que ela seja investigada por fazer apologia ao crime, além de cometer violação às instituições democráticas, ao processo eleitoral, incitação a golpe de Estado, além de ato de improbidade administrativa.
“É importante destacar que a imunidade parlamentar ou a garantia constitucional da livre manifestação do pensamento não podem servir para albergar a prática de ilícitos, mormente quando estão em jogo outros valores caros à própria Constituição da República, como a higidez do Estado Democrático de Direito. Urge, portanto, que a Representada seja responsabilizada por suas práticas criminosas, abjetas, revanchistas e inconciliáveis com o espírito que devem nortear os cidadãos nas disputas democráticas”, diz um trecho da representação.
“A conduta criminosa da Representada, visando estimular generais e apoiadores do Presidente da República em final de mandato a embarcarem em atos de ruptura contra o Estado Democrático de Direito, além de atentar contra a democracia, dissemina o ódio e coloca em risco a vida de milhares de pessoas, haja vista a potencialidade de ações, insufladas por falas da espécie, mais violentas ou incontroláveis, contra Poderes, Instituições e sociedade”, destaca a ação.
Em tom dramático, Zambelli pede a generais que “salvem nossas almas”
Em meio a rusgas com Jair Bolsonaro (PL) após protagonizar a perseguição a um homem negro às vésperas da eleição - ato apontado como uma das justificativas para a derrota nas urnas - e um bate-boca com o presidente aliado, em jantar do PL, Carla Zambelli gravou um vídeo em tom dramático para pedir aos "generais de quatro estrelas" para "salvarem as almas" dos manifestantes que estão em frente aos quarteis e colocarem em marcha um golpe, impedindo a posse de Lula.
No vídeo, Zambelli, defende Paulo Figueiredo, neto do ditador João Batista Figueiredo, que deu nome de generais-melancias - verde por fora e vermelho por dentro, em referência a apoio a Lula - e em tom profético apelou aos militares.
"Eu venho me dirigir a eles, generais de quatro estrelas, que nos últimos anos tenho defendido com toda minha alma, toda minha força, às vezes indo para cima de colegas que ousam falar mal dos senhores. Hoje, venho aqui defender Paulo Figueiredo, defender não porque concordo ipsis literis com o que ele disse, até porque ele nomeou pessoas e, eventualmente, pessoas não devem estar nas discussões sobre o que está acontecendo, na lâmina do tempo do que está acontecendo agora. Pessoas, eu, Paulo Figueiredo, alguns generais, temos muito pouca importância diante da lâmina do tempo que vem se desvendar nos próximos anos. Há muitos anos nossa pátria vem sendo alvejada por supremos que não estão preocupados nem com a Constituição e nem com nossa lei e nossa ordem. Em última instância, vocês, generais de quatro estrelas são os guardiões de nossa Constituição. Na falta de supremos, que alvejam e rasgam a Constituição, os senhores são a garantia da lei e da ordem e nós contamos com os senhores. Há 29 dias, milhares, milhões de pessoas estão nas portas dos quarteis-generais clamando SOS - Save our souls, salve as nossas almas. Estão pedindo aos senhores, salvem nossas almas, generais quatro estrelas", diz Zambelli.