Fernando Haddad (PT) concedeu sua primeira entrevista coletiva após ser formalizado como o futuro ministro da Fazenda, nesta terça-feira (13), em Brasília. Na conversa com jornalistas, ele falou sobre as políticas econômicas que o novo governo pretende adotar e colocou a reparação da gastança eleitoral de Jair Bolsonaro (PL) como o principal desafio da pasta no curto prazo, além de confirmar os nomes de Bernard Appy na Reforma Tributária e Gabriel Galípolo como o número 2 da pasta.
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Haddad conta que já criticava o teto de gastos em 2018 por ser uma regra que não se consegue executar e, dessa maneira, coloca em risco o arcabouço fiscal do governo. “O arcabouço fiscal que pretendemos encaminhar tem que ter a premissa de ser confiável, sustentável e demonstrar a sustentabilidade das finanças tanto dos programas sociais como da dívida pública. Temos que aliar responsabilidade fiscal com responsabilidade social, sabemos fazer, já fizemos e vamos voltar a fazer”, declarou antes de ponderar que em um primeiro momento os esforços se voltarão para reparar os estragos causados na economia por Bolsonaro para em seguida, no médio e longo prazo, “entregar ao país o que ele precisa".
A seguir Haddad voltou a falar sobre o principal desafio da pasta no primeiro ano de governo. “Nosso desafio vai ser corrigir os erros que foram cometidos nesse ano na política econômica por desespero eleitoral. Parte dos quais contrariando não apenas o bom senso, mas técnicos da área econômica. Uma série de medidas desesperadas foram tomadas no calor da disputa eleitoral e isso traz um custo para o país que pretendemos corrigir sem tirar o pobre do orçamento. Não podemos permitir a fome e a corrosão do poder de compra dos salários”, afirmou.
Haddad prometeu desengavetar projetos que garantam acesso à educação, combate à fome, acesso à crédito, tributos justos e mais transparência e eficácia no sistema tributário. Entre outras coisas, a pasta irá estudar uma futura Reforma Tributária. “Sem educação de qualidade e crédito, não há economia de mercado que prospere, esses são dois pilares de um mercado eficiente”, disse.
O futuro ministro também reconheceu a importância do setor privado, por “ajudar o Estado a não errar”, e defendeu que haja uma parceria entre os setores. “Você tem players no mercado que não existiam há 20 anos. Você pode trabalhar no sentido de garantir mais concorrência e mais flexibilidade a partir de instrumentos tecnológicos que não estavam disponíveis", declarou.