O empresário bolsonarista Otávio Fakhoury foi condenado pela Justiça, durante uma sessão restaurativa, nesta quinta (1°), a gravar um vídeo pedindo perdão ao senador Fabiano Contarato (PT), a ser veiculado no Twitter, e a custear uma campanha contra a homofobia nos próximos seis meses. A decisão foi tomada após o militante de extrema direita ter atacado o parlamentar com ofensas homofóbicas na rede social, em maio do ano passado.
Fakhoury disse no Twitter a seguinte frase contra Contarato, que é delegado da Polícia Civil do Espírito Santo: “O delegado homossexual assumido talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário. Qual seria o perfumado que o cativou?”, pelo fato do senador ter cometido um erro ortográfico ao usar a palavra “flagrancial”, grafada equivocadamente como “fragrancial”.
A Justiça Federal considerou a postagem ofensiva e concluiu que o empresário cometeu crime de homofobia. Pelo fato de não ter usado de violência ou grave ameaça e por ser réu primário, a sentença determinou então que Fakhoury se retrate por vídeo e faça a referida ação anti-homofobia no próximo semestre.
Conforme afirmou Contarato, considerando-se a primariedade do réu e a ausência de violência ou grave ameaça, houve indicação de resolução de forma restaurativa, sendo o resultado do acordo uma retratação pública, no formato de vídeo, a ser postado na rede social de origem da ofensa, o Twitter. Além disso, ainda de acordo com o senador, o empresário deverá realizar uma campanha de conscientização e combate à homofobia dentro dos próximos seis meses.
Em 2021, quatro meses após a ofensa, já em setembro, Fakhoury e Contarato estiveram frente a frente na CPI da Pandemia. A solidariedade de parlamentares governistas e de oposição a senador capixaba fez com que o empresário de extrema direita inclusive dissesse que seu comentário “foi infeliz”, “sem a intenção de ofender ninguém”, mas que se isso tivesse ocorrido, “gostaria de pedir desculpas”.