O ainda presidente Jair Bolsonaro (PL) "reapareceu" nas redes sociais, nesta terça-feira (8), com uma "senha" golpista aos seus apoiadores que não aceitam o resultado das urnas.
Desde 30 de outubro, quando Lula (PT) venceu a eleição à presidência, Bolsonaro se pronunciou publicamente apenas duas vezes, apenas para falar dos atos antidemocráticos de bolsonaristas, sem reconhecer verbalmente a vitória de seu adversário.
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Nove dias após o pleito, o atual ocupante do Palácio do Planalto resolveu postar fotos nas redes sociais, sem nenhuma legenda. Uma delas é um claro recado aos golpistas: publicada no Twitter, trata-se de uma foto de um discurso inflamado feito por Bolsonaro em julho deste ano, uma semana antes do feriado de 7 de setembro, convocando seus eleitores a saírem às ruas "pela última vez".
“Nós somos a maioria, somos do bem, temos disposição para lutar pela nossa liberdade, pela nossa pátria. Convoco todos vocês agora para que todo mundo no 7 de setembro vá às ruas pela última vez. Vamos às ruas pela última vez!”, disparou na ocasião.
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Na mesma fala associada de julho, rememorada pela foto postada, Bolsonaro ainda citou o Exército que "não admite fraude". "O exército do povo, que está no nosso lado, não admite corrupção, não admite fraude. Esse é o exército que quer transparência. Quer, não. Vai ter!", disse à época.
O "apito de cachorro" funcionou. Bolsonaristas entenderam as postagens de Bolsonaro como um sinal para que eles saiam às ruas, como o fizeram na última semana, clamando por uma "intervenção militar" que promova um golpe e, assim, impeça o presidente eleito Lula de assumir o poder.
A "aparição" do ainda presidente veio justamente um dia antes ao prometido pelo Ministério da Defesa para entregar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o relatório de fiscalização do sistema eletrônico de votação. Pressionado pelo governo, o TSE criou uma comissão de transparência com militares como membros.
Mourão
O vice-presidente e senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos-RS) seguiu a linha de Bolsonaro e também incentivou manifestações golpistas nesta terça-feira (8), porém de maneira mais explícita.
"Os patriotas resistem com coragem, face ao ódio que faz com que a censura seja usada como arma covarde para buscar ameaçar o livre debate e os questionamentos democráticos", escreveu o general aposentado.