A ligação e identificação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os pobres é notória e histórica, e a votação recebida pelo maior líder popular da América Latina na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, deixou isso claramente comprovado. Sim, a Rocinha é o local mais antifascista “cidade maravilha, purgatório da beleza e do caos”, como dizem os versos de Fernanda Abreu.
A população da favela símbolo do Brasil, encravada no coração da nobilíssima Zona Sul da Cidade Maravilhosa e que no Censo de 2010 era de 70 mil pessoas, bem próxima do mar, deu a Lula 78,2% dos votos, enquanto o candidato de extrema direita Jair Bolsonaro, que usou um nauseante discurso de criminalização dos pobres e favelados, ficou com 21,8%.
Lula realizou uma intensa campanha em comunidades da segunda maior megalópole brasileira, como a Rocinha e o Complexo do Alemão, na Zona Norte, o que despertou a fúria do adversário e de seus fanáticos seguidores, que com base em mentiras e boatos tentavam ligar o agora presidente eleito ao crime organizado que comando o narcotráfico nessas localidades.
Figura que remete aos maiores progressos na área da diminuição das desigualdades sociais, distribuição de renda e melhoria nas condições de vida das camadas menos favorecidas socioeconomicamente, Lula recebeu também a maior parte dos votos em outras comunidades, como o Vidigal, também na Zona Sul, onde ficou com 67,3% da preferência do eleitorado, enquanto Bolsonaro não passou de 32,7%.