A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), por meio do presidente do órgão, deputado Emídio Souza (PT), acionou o Ministério Público (MP) e a Secretaria de Segurança Pública (SSP) paulistas para investigar e levar à Justiça os seguidores radicais de Jair Bolsonaro (PL) que apedrejaram um ônibus cheio de estudantes, na maioria menores de idade, em Jundiaí (SP), na tarde desta quinta-feira (3), para depois invadirem o veículo e agredirem os alunos da Etec.
No documento que Emídio encaminhou à Procuradoria-Geral de Justiça e à Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, o parlamentar classifica como absurda a agressão dos jovens e exige “informações acerca dos procedimentos adotados como forma de enfrentamento ao fato de adolescentes terem sido absurdamente agredidos e feridos enquanto o veículo passava por uma manifestação bolsonarista”, diz o ofício.
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“Basta de covardia e ódio... Esses covardes não podem ficar impunes”, indignou-se Emídio em seus perfis oficiais nas redes sociais, ao anunciar a ação impetrada no MP e na SSP.
Na tarde desta sexta-feira (4), os estudantes envolvidos no fatídico episódio de violência bolsonarista, assim como outros colegas e lideranças estudantis e da área da Educação, protestaram no Paço Municipal de Jundiaí, carregando faixas e fazendo discursos contra a intolerância e os atos antidemocráticos dos seguidores extremistas do futuro ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entenda o caso
Os jovens estavam na linha coletiva Terminal Central-Etec, que vai até a área onde fica a instituição pública de ensino, quando passaram por um ato golpista realizado por bolsonaristas na porta de um quartel. Eles teriam colocado adereços vermelhos para fora do veículo, feito gestos alusivos a Lula e xingado o presidente Jair Bolsonaro. Os extremistas, então, arremessaram pedras no ônibus, estilhaçando janelas, que acabaram ferindo um aluno de 18 anos.
Na sequência, os bolsonaristas começaram a bater na lataria do coletivo, exigindo que o motorista abrisse a porta para que entrassem e atacassem os estudantes. Com alguma insistência, o condutor liberou o ingresso dos radicais, que então passaram a xingar, ameaçar e a agredir os jovens. É possível ver nas imagens que policiais militares estão na rua, junto aos fãs de Bolsonaro, mas em momento algum eles intervêm na ação criminosa.
De acordo com o estudante ouvido pela Fórum, os bolsonaristas entraram no veículo já xingando e ameaçando alunos que sequer estavam juntos com os que protestaram contra Bolsonaro. Na sequência, pegaram um menor de idade pelo braço e tentaram levá-lo para fora, para agredi-lo, mas acabaram sendo demovidos da ideia por uma mulher, que também seria seguidora do presidente de extrema direita, mas que ponderou que aquilo que estava acontecendo já era suficiente.
Somente depois que notaram que um adolescente estava ferido, sangrando muito por conta de um ferimento no supercílio, é que um dos policiais militares teria dito a ele que uma ocorrência poderia ser registrada sobre o caso, assim como um exame de corpo de delito.